Crianças entre 10 e 11 anos são prioridade, mas Campo Grande ainda não tem projeto de aplicação
Chega a Campo Grande, no próximo domingo (11), as primeiras 24.639 doses da vacina japonesa Qdengue, escolhida pelo Ministério da Saúde para imunizar a população contra a dengue. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) estima que são 75 mil pessoas dentro do grupo prioritário, de 10 e 11 anos, ou seja, apenas 32% deles vão conseguir receber a primeira dose nessa remessa inicial.
Segundo a SES (Secretaria Estadual de Saúde) seguindo recomendações do Ministério da Saúde, a faixa etária escolhida concentra o maior número de hospitalizações por dengue, dentro do quadro de crianças e adolescentes de 6 a 16 anos. O esquema vacinal será composto por duas doses com intervalo de três meses.
A recomendação é de que a vacinação seja iniciada pela administração de D1. As demais doses para D2 serão enviadas posteriormente pelo Ministério da Saúde considerando o intervalo recomendado de 3 meses entre as doses.
Com a chegada prevista para acontecer no domingo, a Sesau vai iniciar uma preparação da logística de distribuição, que levará em conta as regiões com maior incidência da doença. “A minha preocupação são com os locais mapeados com o maior número de casos, aí vamos ver a viabilidade e como será a estratégia. O último boletim epidemiológico trouxe a região do Noroeste, temos que avaliar, pois mesmo que não houve óbitos, teve internados. São vários fatores em análise”, explica a atual secretária municipal de Saúde, Doutora Rosana Leite.
Para o jornal O Estado, a superintendente de vigilância em saúde, Veruska Lahdo informou que “ainda não tem logística definida para vacinação contra dengue”. Questionada, a Sesau destacou que não existem pessoas internadas por dengue.
A distribuição das doses aos municípios foi determinada com base em três critérios principais: o ranqueamento das regiões de saúde e municípios, o quantitativo necessário de doses para a população-alvo conforme a disponibilidade (prevista pelo fabricante) e o cálculo do total de doses a serem entregues em uma única remessa ao município.
Conforme o último boletim epidemiológico da SES, a capital está com 67 casos confirmados da doença em 2024. Já as outras arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, são 19 registros de Zika e dois de Chikungunya. Vale lembrar, que a vacinação já iniciou em Dourados, único município do Brasil, que até a última quinta-feira (8), 23.349 pessoas receberam a primeira dose.
Diagnosticar casos
Diagnosticar os primeiros casos de dengue, saber em qual região ocorrem as maiores incidências é o primeiro passo para controlar uma possível epidemia de dengue e chikungunya, segundo o infectologista Rivaldo Venancio da Cunha. Para ele, encontrar o foco da doença é o primeiro passo. “É fundamental combater a doença, pois os hospitais não estão preparados para um possível surto de internações relacionadas a dengue”, comenta.
Ainda de acordo com Rivaldo Venancio a maioria dos focos de dengue estão no quintal das vítimas, os vasos de planta são os maiores vilões. “Água parada no quintal é um prato cheio para o mosquito aedes aegypti, são medidas tradicionais que podem ser tomadas para evitar até uma possível morte”, explica.
Outro alerta importante é que, entre dois a dez dias, a picada do mosquito da dengue se manifesta. Quando os sintomas inciarem é importante que a população procure imediatamente o médico para evitar uma piora. Se combater no início com os medicamentos corretos diminui as chances de internações.
Por Kamila Alcântara
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