Desesperados, familiares de manifestantes presos em Brasília pedem ajuda da OAB

Complexo da Papuda, em Brasília/ Foto: TV Globo / Reprodução
Complexo da Papuda, em Brasília/ Foto: TV Globo / Reprodução

Segundo informações, pelo menos, 127 sul-mato-grossenses estão detidos desde o dia 8 de janeiro

 

Conforme já noticiado por O Estado, ao menos 127 sul- -mato-grossenses estão detidos nos presídios, em Brasília, em razão dos atentados cometidos nas sedes dos três Poderes, no último dia 8. De acordo com o movimento Endireita MS, 17 famílias pediram ajuda para obter informação a respeito de seus familiares, no entanto, até o momento, nem mesmo os advogados contratados conseguiram ter acesso aos manifestantes presos.

Esse é o caso do pai de um jovem campo-grandense, de 33 anos, que está preso em Brasília e a família, mesmo contratando um advogado, segue aflita e sem notícias. “Não consigo ter informação nenhuma, estou desesperado. O advogado que contratamos não consegue ter acesso ao meu filho. Não tenho palavras, estamos desde o último domingo sem notícia.

Meu filho faz uso de medicamentos para conjuntivite alérgica, rinite e bronquite. Além do que meu filho não é bandido e sequer realizaram a audiência de custódia. Preciso de auxílio  da OAB e dos Direitos Humanos”, lamentou o pai que preferiu não se identificar.

O movimento EndireitaMS está reunindo advogados para ajudar os sul-mato-grossenses que não fizeram parte dos atos de extremismo a retornarem para o Estado. Além de dar assistência para quem participou da manifestação, o movimento também está à procura de advogados voluntários para atuarem na defesa dos manifestantes.

O advogado Danilo Assis Azambuja, que faz parte do movimento, revelou a O Estado que estava desde as 8h, de ontem (13), no presídio aguardando o horário de visitação aos manifestantes. “O acesso dos advogados a eles está bem demorado. Cheguei a Brasília na tarde de quinta-feira (12) e desde então estou tentando realizar a visita aos manifestantes.  O atendimento dos advogados está sendo por ordem de chegada. Estou aqui desde as 8h e espero conseguir mais informações até amanhã”, informou.

 

Aos familiares de manifestantes sul-mato-grossenses que estão detidos em Brasília, o advogado orientou que procurem o quanto antes um advogado para os seus entes. “Os familiares que nos procuraram já foram devidamente informados sobre a detenção e o local em que estão presos. 

Outra informação que obtive com colegas advogados é que os nomes dos manifestantes detidos podem estar com divergência em relação ao nome da identidade. É interessante o familiar procurar pelo sistema evitando utilizar acentos e etc.”, recomendou.

Por sua vez, a OAB/DF (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Distrito Federal) emitiu um comunicado de que em razão da alta demanda de presos desde o dia 8 de janeiro, em Brasília, o atendimento excepcional avulso está sendo feito sem agendamento. “Os atendimentos ocorrem a cada 15 minutos, por advogado, das 9h às 18h30 no CDP2, PFDF e nas salas virtuais”, diz o comunicado.

Sobre a organização, o nome do advogado é inscrito na lista por ordem de chegada e, até a finalização do atendimento, que ocorrerá impreterivelmente até 18h30, será recebido. “Caso não seja possível atender a todos até o horário final, o dia seguinte abrir nova listagem por ordem de chegada”, destacaram em nota

 

Ordem dos Advogados de MS acompanha os desdobramentos

Entre os 86 veículos identificados pela Polícia Federal, que teriam transportado os manifestantes para os atos em Brasília no último fim de semana, dois ônibus são registrados em Mato Grosso do Sul, conforme levantamento da agência pública. Um terceiro veículo, que também seria de MS, foi apreendido em Goiás, quando voltava para o Estado.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal de Goiás, os veículos foram detidos em Jataí, Anápolis, Catalão, Morrinhos, Santo Antônio da Barra, Hidrolândia, Itumbiara, Valparaíso e Cristalina.

Os ônibus identificados também tinham como destino outras cidades, como dos estados de São Paulo e Paraná, que traziam os manifestantes radicais de volta para casa.

Entre as empresas já identificadas está a Transcolita Turismo Ltda., que funciona em Itaporã, a 234 quilômetros da Capital. 

 

Por Suelen Morales – Jornal O Estado do MS.

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