Sem bandejas para procedimentos, pacientes da UBSF Aero Rancho foram reagendados para novembro
Em ranking nacional, segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), Campo Grande é a cidade com população superior a 900 mil habitantes que possui maior cobertura em saúde bucal no Brasil. Contudo, quem busca atendimento de urgência odontológica na Capital nem sempre consegue um atendimento. Na manhã de quinta-feira (6), pacientes da UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) do bairro Aero Rancho foram surpreendidos com a informação de que a equipe de odontologia não estava atendendo pela falta de materiais, tais como bandejas.
Segundo a denúncia recebida pela equipe de O Estado, a paciente esteve na unidade do Aero Rancho no início da manhã de ontem (6) e foi informada pela equipe de dentistas da falta de material. Conforme relatos esta não seria a primeira vez em que o local passa por tal situação e, com isso, teve de ser reagendada para o dia 1º de novembro.
Visando identificar se tais irregularidades também eram registradas em outras unidades, a reportagem ainda esteve na Unidade 26 de Agosto em Campo Grande. No local, a equipe informou que o atendimento também estava suspenso pelo afastamento da profissional que participaria de outro projeto de capacitação. Neste caso os pacientes que buscarem atendimento devem aguardar até 15 dias para que seu caso seja avaliado e resolvido por um profissional ali da unidade.
Questionada sobre tais situações, a prefeitura da Capital explicou que os casos se tratam de uma situação pontual e negam que exista a falta de atendimentos e de materiais de maneira generalizada nas unidades.
“Alguns materiais precisam ser esterilizados e para tanto é necessário que seja feita uma logística de recolhimento e redistribuição. O que ocorre é que eventualmente pode ocorrer atraso na reposição destes. No entanto, é importante esclarecer que isso não é um impeditivo para que o atendimento seja integralmente suspenso, apenas procedimentos específicos. Como esclarecido anteriormente, em relação a UBS 26 de Agosto, a equipe está participando de um projeto do Ministério da Saúde e, portanto, o atendimento não está ocorrendo de maneira temporária. Todos os pacientes que fazem acompanhamento na unidade foram comunicados. Os demais que necessitam de atendimento não programado são direcionados para unidades próximas, como as USF Vila Carvalho e USF Vila Corumbá, não havendo, dessa forma, nenhum prejuízo quanto à assistência dessas pessoas”, informou o município em nota.
Maior cobertura
Além disso, o município pontuou que Campo Grande é a cidade brasileira com população superior a 900 mil habitantes com maior cobertura em saúde bucal. Atualmente, 34 das 73 Unidades da Atenção Primária ofertam atendimento em horário estendido, facilitando assim o acesso da população.
“Cabe esclarecer ainda que, nos últimos cinco anos, Campo Grande praticamente dobrou a sua cobertura de saúde bucal, saindo de 37% para 57%, o que representa uma melhoria na qualidade da assistência prestada à população. O aumento na cobertura é resultado da expansão de unidades de saúde e das equipes de saúde bucal, contribuindo para alcançar uma média de 208 mil atendimentos odontológicos por ano”, afirmou a prefeitura.
Consultado por O Estado, o CRO-MS (Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul) contou que realiza visitas periódicas às unidades de saúde a fim de elaborar um relatório com as demandas e necessidades de adequações. Os documentos são entregues ao Executivo municipal e Ministério Público para orientar as medidas a serem adotadas.
“No caso específico da unidade citada pela reportagem, o CRO-MS não recebeu relatos, mas buscará informações junto à prefeitura. No entanto, algumas suspensões de serviço temporárias algumas vezes são necessárias para adequações. Todavia, o CRO-MS busca, por meio do diálogo, que o atendimento odontológico seja sempre ampliado, com condições estruturais e materiais, beneficiando a população. Nunca reduzindo o serviço odontológico”, finalizou o conselho.
Vale lembrar que denúncias também podem ser feitas pela população em geral pelo site: www.croms.org.br.
Por Claudemir Candido – Jornal O Estado do MS.
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