Curta-metragem regional retrata história de pai solteiro

Rumor de estrelas

Rumor de Estrelas fala sobre ausência, afeto e a dificuldade de falar sobre a figura amada

Inspirado no conto “Constellatio Nativate”, o curta-metragem regional “Rumor de Estrelas” traz a história de um pai solteiro, que entre lembranças e devaneios, dirige pela cidade, refletindo em como contar para a filha sobre a mãe. A produção pode ser conferida no Youtube. 

O músico e estudante de Psicologia, João Benitez, 25 anos, é o autor do conto e responsável pelo roteiro e narração da obra audiovisual. Os personagens retratados na história não possuem nomes ou outras formas de identificação. A escolha, segundo o escritor, é para que o público crie uma conexão mais íntima com a narrativa. 

“Foi um recurso que utilizei para imergir o espectador ou o leitor direto naquele universo sem que precisasse de muitas informações. Achei que ficaria mais íntimo assim como se você já conhecesse de antemão esses personagens. De certa forma, qualquer um pode se encontrar em algum lugar dessas categorias universais: Pai, Mãe, Filha”, explica João Benitez.

Rumor de estrelas

Filmado em Campo Grande, algumas cenas do drama trazem o cenário das ruas movimentadas da cidade no tom preto e branco. João Benites relata como ocorreu a gravação do curta, que contou com a participação do produtor Alberto Warmling e a diretora Andressa Figueiredo.

“Elaborei o roteiro e a partir dele começamos as filmagens de dentro do carro sem definir um rumo. O único local planejado foi a reserva ambiental para pegar as cenas da Mãe na natureza. Quando tínhamos as primeiras imagens mandamos para o Higor Müller fazer a trilha sonora”, comenta. 

Em relação a história, Rumor de Estrelas, é um retrato sobre ausência, afeto e a dificuldade de falar sobre a figura amada. Na perspetiva do escritor, o pai é um personagem que ainda não superou o fim da relação.

“Acho que eu queria tratar de um tipo de ausência que dói mais pela memória nítida que se tem do objeto de afeto perdido. O monólogo desse pai, pra mim, revela que ele foi capturado em um momento do tempo que ele não consegue superar. A dificuldade dele em falar para a filha de sua mãe ausente é a própria resistência em reconhecer aquele fim”, finaliza.

O curta-metragem utilizou recursos da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, por meio da Lei Aldir Blanc.

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