Com remanejamento de profissionais, apenas duas UPAs 24 horas devem ter pediatras

Fotos: Marcos Maluf
Fotos: Marcos Maluf

Demais unidades serão cobertas com plantões das 18h às 0h, segundo estudo de maior demanda da Sesau

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) junto ao Conselho Municipal de Saúde está elaborando um planejamento para melhorar o atendimento de urgência e emergência da Capital. Com o remanejamento geral, que inclui clínicos gerais, pediatras e enfermeiros, apenas duas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) contarão com pediatras 24 horas nos sete dias da semana, a partir de julho. São elas: Universitário e Coronel Antonino. 

Conforme o secretário municipal, Sandro Benitez, as mudanças ainda não aconteceram. “Está sendo feito o planejamento”, garantiu. Sobre as demais unidades de pronto atendimento, a consulta com os pediatras vai continuar ocorrendo em plantões eventuais, das 18h às 0h, considerado o horário de maior demanda nas UPAs. “Nós vamos fortalecer o número de médicos nas unidades durante esse período, das 18h às 0h, porque, a partir da meia-noite, cai muito o número de atendi mentos, então é essa escala que será reduzida”, disse.

O secretário enfatizou ainda que o atendimento infantil pode ser realizado por qualquer médico. “O ginecologista, clínico geral e o pediatra são obrigados a atender todas as faixas etárias dentro de uma UPA”, pontuou.

Inclusive, segundo a secretária-adjunta Rosana Leite, dentro do atendimento de urgência e emergência,em Campo Grande, realizado de forma fixa pelas UPAs e CRSs (Centros Regionais de Saúde), não é obrigatória a disponibilidade de especialistas. “Conforme a portaria ministerial, não há a divisão por especialidades, como ocorre na rede especializada hospitalar, dessa forma, os atendimentos são feitos por médicos generalistas e, em algumas unidades, devido à disponibilidade de especialistas, este atendimento é ofertado, mas sem obrigatoriedade”, explicou.

Em relação aos CRSs, de acordo com Rosana, a escala do período noturno de pediatras do Centro Regional do bairro Tiradentes e do Nova Bahia serão finalizadas por dois motivos: a falta de interesse por parte dos profissionais em atender neste plantão e pela baixa procura de atendimentos. “No CRS Tiradentes foi devido à falta de interesse desses profissinais neste plantão e no CRS Nova Bahia devido à baixa procura de atendimentos nesta unidade, neste período”, esclareceu Rosana.

Por outro lado, o presidente do SinMed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana, afirmou, ao jornal O Estado, que a instituição não foi informada sobre as mudanças, mas que enxerga as alterações como retrocesso para a saúde de Campo Grande. “Tomaremos as medidas cabíveis legais pela instituição. Faremos fiscalização junto ao CRM (Conselho Regional de Medicina) e denunciaremos ao MP, solicitando a eles, também, uma avaliação mais aprofundada”, disse.

Ele prossegue: “É uma falta de assistência à população. Além disso, muitos terão que se deslocar de áreas muito distantes para receber atendimento. Penso que isso possa, inclusive, retardar a decisão de levar a criança para ser atendida”.

 

Escala diurna

Ainda segundo a secretária-adjunta Rosana Leite, a escala de atendimento no período diurno não sofrerá alteração com o remanejamento. “Vamos manter o mesmo quantitativo de clínicos e para atendimento específico infantil (pediatras) com profissionais no UPA Coronel Antonino, UPA Universitário e UPA Vila Almeida”, assegurou.

 

[Rafaela Alves– O ESTADO DE MS]
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