Com mais de 3 mil nascidos prematuros em MS, luta é pela sensibilização

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Foto: Reprodução/Freepik

O nascimento do filho é um momento que muitas mães descrevem como único e especial. Mas algumas não conseguem o contato imediato após o parto, como é o caso dos nascimentos prematuros, onde o bebê precisa ficar internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal para que ocorra o desenvolvimento completo do recém-nascido.

O mês de novembro é dedicado para lembrar e conscientizar a população sobre as lutas dos nascidos prematuros. O dia 17 de novembro foi escolhido como o Dia Mundial da Prematuridade pela EFCI (Fundação Europeia para o Cuidado do Recém-nascido) após um dos fundadores passar por momentos emocionantes: em 17 de novembro de 2008 ele se tornou pai de uma menina, dois anos após a morte de trigêmeos prematuros.

A Ong Prematuridade iniciou, logo após a sua fundação em novembro de 2014, um movimento para tornar o Novembro Roxo (cor escolhida para a prematuridade) o mês internacional de sensibilização da prematuridade. A organização ainda desenvolveu o primeiro projeto de lei para instituir o 17 de novembro como o “Dia da Prematuridade”, com ações de enfrentamento ao parto prematuro e campanhas para sensibilização. Em Mato Grosso do Sul foi criado o “Dia Estadual da Prematuridade”, por meio da Lei nº 5.102, do dia 4 de dezembro de 2014, como parte do calendário oficial de eventos do estado.

A cor roxa foi escolhida como símbolo de sensibilidade e individualidade, características marcantes nos pequenos. Além disso, o roxo significa transmutação ou mudança, trazendo ainda mais força para a escolha e seus significados.

De acordo com os dados do Painel de Monitoramento dos Nascidos Vivos, do SINASC (Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos), de janeiro a outubro de 2022, foram 3.356 nascimentos de prematuros no Estado, sendo Campo Grande e Dourados com os maiores números, 1.751 e 1.125 respectivamente.

No Brasil, são aproximadamente 340 mil nascimentos de bebês prematuros por ano, o que equivale a 931 por dia ou seis prematuros a cada 10 minutos. Mais de 12% nascimentos no país acontecem antes da gestação completar 37 semanas.

O que são bebês prematuros

Segundo informações do Ministério da Saúde, os bebês prematuros são aqueles que nascem antes de 37 semanas de gestação. A gestação completa deve durar de 37 a 42 semana, ou seja, nove meses.

A classificação pode ser divida em “prematuros extremos”, que nasceram antes de 28 semanas e correm mais risco de vida do que os bebês que nascem algum tempo depois, pois apresentam um estado de saúde muito frágil; prematuros considerados “intermediários” vieram ao mundo entre 28 e 34 semanas e constituem a maior parte dos prematuros.

Já os chamados “prematuros tardios”, nasceram entre 34 até 37 semanas. Este é um grupo que aumentou bastante no Brasil nos últimos anos e que preocupa em termos de saúde pública. Quanto mais prematuro for o bebê, mais imaturos serão os seus órgãos e maior será o risco de complicações, especialmente aqueles nascidos antes de 34 semanas de gestação.

As maiores dificuldades são a fragilidade dos órgãos e do cérebro, que terão que se desenvolver após o nascimento, no período de internação  na UTI. Além disso, o peso é outro fator preocupante e de risco, pois é um desafio conseguir a recuperação nutricional nas primeiras semanas de vida.

Prevenção

Uma das formas de prevenção da prematuridade é o acompanhamento médico adequado e a realização do pré-natal, disponibilizado de forma gratuita pelo SUS (Sistema Único de Saúde). O acompanhamento irá assegurar o desenvolvimento da gestação, tanto do bebê quanto da mãe.

Luta 

Gisele Mendonza, mãe do Carlos Augusto, passou por momentos de dificuldade durante o nascimento do filho. O bebê nasceu com extremamente prematuro, com 750 gramas e passou por constante ganha e perca de peso. “Um dos primeiros aprendizados de tudo isso foi ficar na UTI e não ter o controle de nada. Nós sonhamos com o parto de 37 semanas, em tirar fotos com o bebê, com ele nos braços… a gente nem vê ele direito, vai direto para a incubadora”.

A mãe ainda diz que só conseguiu pegar o filho no colo após meses. “Via ele todo furadinho, exames sem fim, transfusões de sangue, medicações, leite para sonda, é muita coisa. Carlos Augusto é muito guerreiro”.

Mas a luta de Gisele ainda não acabou. Devido ao nascimento prematuro, Carlinhos teve sequelas e precisa de acompanhamentos de fonoaudiologia, fisioterapia, neurologia, pneumologista entre outros. “Ele ainda tem que operar de duas hérnias e catarata congênita”. Ela ainda desabafa que o filho teve alta em junho mas só marcaram a fisioterapia para novembro “sendo que para eles é muito importante, para se desenvolverem”.

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