Reforço nas economias e busca por melhores preços geram otimismo em comércios da Capital
Com o período de volta às aulas cada vez mais próximo e o pagamento do 13º salário iniciado ontem (30), os comércios do centro da Capital se demonstram otimistas para as movimentações de fim de ano. Com o período de volta às aulas à vista, papelarias campo-grandenses já revelam aumento nas movimentações, que devem receber um incremento ainda maior entre janeiro e março de 2024. No entanto, os pais que não gostam do tumulto gerado no período, já têm aproveitado as finanças para garantir os materiais previamente.
O final do ano de 2023 irá movimentar R$ 1 bilhão na economia de Mato Grosso do Sul, montante 17,44% maior que o ano de 2022, conforme aponta a pesquisa do IPF- -MS (Instituto de Pesquisa da Fecomércio MS) e Sebrae MS. Sozinho, o Natal vai movimentar R$ R$ 595,02 milhões, um aumento de 7% comparado a 2022, com um gasto médio de R$ 628,05.
“A maior parte da movimentação, R$ 410,07 milhões, será com as comemorações de Ano Novo, seguidas dos presentes de Natal, que correspondem a R$ 355,71 milhões e as comemorações de Natal, R$ 239,32 milhões”, informa a economista do IPF-MS, Regiane Dedé de Oliveira.
O 13º salário tinha previsão de pagamento da primeira parcela até a última quinta-feira (30). A partir de 1º de dezembro, o empregado com carteira assinada deve receber a segunda parcela, que pode ser paga pelo empregador até 20 de dezembro.
As datas referidas valem apenas para os trabalhadores na ativa. Para aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a primeira parcela foi paga entre 25 de maio e 8 de junho. Já a segunda foi depositada de 26 de junho a 7 de julho.
A economista do Dieese, Andreia Ferreira, argumenta que os valores são importantes, porque fomentam a economia, sobretudo dos municípios. “É um recurso importante, porque volta para o comércio local, especialmente nas cidades do interior do Estado. Movimenta todos os setores da economia – cada um, claro, em uma determinada escala”, destaca.
Comércio comemora
O proprietário da Shop Tudo Papelaria, Lucas Fernandes, 32, argumenta que as vendas, entre dezembro e março, chegam a aumentar até mesmo 90% na loja. Até o momento, o proprietário afirma que já contratou sete pessoas para complementar o quadro de pessoal e que a loja tem se preparado com materiais novos de todos os preços e marcas. “Esse é um mês que a gente vem arrumando a loja para o volta às aulas e estamos quase nos finalmentes. Já dá uma aquecidinha no movimento e as listas já tem alguns anos que vem saindo antes, então tem pais que já se preparam e preferem vir com menos movimento e, até o momento, nós conseguimos sentir uma melhora muito boa”, argumenta Fernandes.
De acordo com o proprietário da Shop Tudo Papelaria, as listas de itens vendidos variam de acordo com o ano e a idade da criança. Mas, embora não seja possível elencar quais os mais vendidos, a certeza é de que a movimentação entre dezembro e meados de março melhora substancialmente. “São os melhores meses. Esse vai ser um ano diferente, deu uma estabilizada no pós-pandemia, vai sair o 13º salário e creio que o pessoal se ajuste e se prepare para fazer boas compras. Nos anos anteriores aumentou bastante o movimento, uns 80% a 90%, porque é um fluxo de gente muito maior, que roda e compra itens. Aumenta bastante”, destaca.
O gerente da loja Giga, Pedro Magalhães, 45, explica que no final do ano o que fica em ascensão, na verdade, são os itens de Natal e os brinquedos. O consumidor, segundo o gerente, busca em novembro os itens de Natal e, em dezembro, os brinquedos. Embora haja um setor durante todo o ano dentro da loja voltado ao material escolar, a “explosão” desses produtos ocorre somente em janeiro e fevereiro e há também uma movimentação acima do normal em junho e julho. “A gente vende muito brinquedo quando alguns pais recebem o 13º salário. Mas o foco, nesse momento, seria outro, o Natal e brinquedos, muitos brinquedos! Nos produtos natalinos, estamos com um crescimento em relação ao ano passado de 35% e nos brinquedos, 25%; o material escolar, 10%. Em dezembro nós damos uma abastecida em presentes e utilidades e, na verdade, o Dia das Crianças até perde para dezembro”, afirma o gerente com relação às vendas na loja.
O gerente na Mateplas, Ederson Santana Carmona, 33, explica que a loja já tem recebido listas para fazer orçamento do material escolar e que houve aumento no quadro de pessoal. Mas, o período de maior movimentação segue sendo o mês de janeiro, em que a procura para o volta às aulas deve receber um incremento de 10% a 20% em média. “No momento começoua aumentar bastante, ontem teve bastante gente com a lista pronta. Inclusive, tivemos uma cliente que saiu com três listas de uma vez. Para o material escolar o movimento melhor é em janeiro, porque o brasileiro deixa para a última hora, quando está para começar as aulas. Também tem muita gente que viaja e deixa para comprar depois que volta das viagens”, pontua.
Conforme argumenta Carmona, a expectativa para o fim de 2023 e início de 2024 é otimista. Afinal, em decorrência da pandemia, o movimento na venda de materiais escolares caiu e no início deste ano reacendeu a esperança, pois as pessoas voltaram a comprar de forma presencial, direto na loja. “O pessoal voltou a comprar na loja, porque as pessoas não estavam saindo muito de casa para comprar e esse ano voltou ao normal, mesmo. A gente está esperando um movimento muito bom, a expectativa é a melhor possível”, comemora o gerente.
Por Julisandy Ferreira.
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