Cervejarias de MS mudam perfil de produto e ganham mercado

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Empresas apostam na identidade das marcas para se sobressair no setor

A pandemia da COVID-19 impactou negativamente nos lucros de bares e restaurantes, que fecharam durante o auge da disseminação do vírus no Brasil. No entanto, a indústria de bebidas alcoólicas não sentiu esse baque, pelo contrário, viu as vendas dispararem durante o período de maior isolamento.

O consumo passou a ser feito em casa, por meio do serviço de delivery, o que gerou explosão nas vendas de itens principalmente por aplicativos, por exemplo. Nessa onda as cervejarias ampliaram as marcas próprias e descobriram novo nicho de mercado.

Um levantamento da Euromonitor apontou que o volume e vendas de cerveja no Brasil em 2020 foi o maior dos últimos seis anos, atingindo 13,3 bilhões de litros. O número só é inferior a 2014, ano em que o país sediou a Copa do Mundo. Já dados da Kantar revelam que o consumo nas residências bateu um recorde histórico. O percentual de brasileiros com mais de 18 anos que bebeu cerveja dentro de casa saltou para 68,6% em 2020, ante 64,6% em 2019.

Esse fenômeno econômico foi observado em Mato Grosso do Sul, nas fábricas de cerveja instaladas na Capital. Uma delas, que aproveitou o “fique em casa” para aumentar o
número de clientes, foi a Cervejaria Prosa. Além da unidade industrial, a empresa ainda tem um bar onde comercializa seus produtos. Segundo a engenheira de alimentos e
sócia-proprietária da empresa, Regina Nuruki, o isolamento social fez com que os clientes sumissem do bar e, consequentemente, as vendas caíram.

No entanto, os empreendedores perceberam que o isolamento social poderia ser a oportunidade que faltava para ampliar a gama de produtos e alcançar novos clientes.

“Percebemos que poderíamos ampliar a gama de produtos e desenvolvemos uma embalagem de 1,5 litro. No início, as pessoas compravam o ‘garrafão’ e os abastecia em nossas torneiras de cerveja. Porém, com a alta demanda, resolvemos desenvolver um chope que já sai da nossa fábrica embalado com mais segurança biológica. Daí por diante, passamos a aumentar nossos pontos de venda, ou seja, esse produto fez com que nossa marca fosse popularizada, alcançando diversos comércios, os quais vão desde o Centro até a periferia”, explicou.

Para ela, a pandemia trouxe para os empreendedores a oportunidade de se reinventarem. “Caso aceitássemos a crise econômica provocada pela pandemia, correríamos o risco de perdermos nossa empresa, que foram anos de luta e estudo para enfim levantá-la. Claro, tivemos de diminuir nossos gastos com prestadores de serviços, porém não precisamos diminuir nosso quadro fixo. Na verdade, até aumentamos ele. Além disso, nós investimos nesses funcionários, com aperfeiçoamento para que eles realizassem tarefas que antes eram terceirizadas. Ou seja, o investimento em material humano foi fundamental para que nossa empresa continuasse viva durante a pandemia, e até crescesse”, disse.

Bamboa

Outra cervejaria sul-mato-grossense que também aposta no mercado mais especializado e diferenciado é a cervejaria Bamboa. De acordo com José Antônio Avesani Junior, a empresa sempre tenta lançar produtos que venham ao encontro do gosto da sociedade de Mato Grosso do Sul. Por exemplo, hoje a empresa está desenvolvendo uma cerveja que será fermentada a partir da fécula de mandioca (polvilho), raiz típica da culinária cultural do Estado.

“Esse produto terá esse intuito de identificação com nossos consumidores. Será uma tecnologia inovadora que, além de beneficiar nossos clientes, será importante para o fomento da agricultura familiar do Estado. Esse é o nosso objetivo, sempre desenvolver produtos novos e que geram esse tipo de interação com a nossa sociedade”, analisou. Acesse também: Brasil está decolando neste momento, diz Guedes

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(Texto: Flávio Veras) cervejarias cervejarias

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