Campo-grandenses devem gastar mais de R$ 25 milhões com material escolar em 2025

Foto: Nilson Figueiredo
Foto: Nilson Figueiredo

A previsão é de um aumento de 4,5% nas despesas em relação ao ano passado; saiba como se planejar para esse gasto

A temporada de volta às aulas está agitando as lojas de material escolar, mas também está pesando no bolso dos consumidores. Em 2024, as famílias brasileiras gastaram cerca de R$ 49,3 bilhões com esses itens, e na capital sul-mato-grossense, os gastos devem ultrapassar R$ 25 milhões este ano, um aumento de 4,5% em relação ao ano anterior.

Conforme o SPC Brasil, o setor de materiais escolares enfrenta uma alta acumulada de 43,7% nos preços nos últimos quatro anos, reflexo da inflação, da alta do dólar e do aumento nos custos de produção. Esse cenário tem afetado diretamente as famílias e os lojistas, como explica o presidente da CDL-CG, Adelaido Vila.”O grande desafio em Campo Grande é competir com produtos importados da China, que chegam ao consumidor por meio de plataformas online a preços muito baixos. Isso acaba prejudicando o comércio local e forçando adaptações.”
Mas a estratégia dos lojistas tem sido negociar preços mais vantajosos com os fornecedores e oferecer condições especiais de pagamento para atrair os consumidores. Lucas Fernandes, proprietário da Shop Tudo Papelaria, compartilhou como tem conseguido manter os preços mais acessíveis para a clientela.

“Mesmo com o aumento dos preços no setor, conseguimos fazer compras antecipadas e negociar bem com nossos fornecedores, o que nos permite oferecer preços mais baixos em relação à concorrência. Além disso, a possibilidade de parcelar em até 10 vezes sem juros tem atraído muitos clientes.”

Pesquisa e cuidado com o orçamento

Para muitos pais, a busca por material escolar envolve muito mais do que apenas preencher uma lista de itens. À reportagem, a diarista Rosemeire Silva, 26, que está comprando material escolar para o filho que começa a pré-escola, contou como está lidando com o impacto dos preços.”Estou pesquisando preços em várias lojas para achar as melhores opções. Por enquanto, o que estou achando mais caro é a mochila. Quero gastar cerca de R$ 350,00 no total, mas quero escolher o que for mais acessível e de boa qualidade.”O esforço para equilibrar as finanças na hora de comprar os materiais escolares é um tema recorrente, como explica a educadora financeira Sabrina Mestieri. Segundo ela, o planejamento antecipado pode fazer toda a diferença.

“O ideal é que os pais se planejem com antecedência, criando um orçamento específico para a compra de material escolar. Começar a economizar alguns meses antes pode aliviar bastante o impacto financeiro. Para quem não conseguiu se organizar, é importante priorizar os itens essenciais e avaliar as melhores opções de pagamento.”

Estratégias para economizar 

Sabrina também sugeriu algumas alternativas para economizar na hora da compra: “A comparação de preços é essencial, tanto em lojas físicas quanto online. Comprar em atacados ou em grupo com outros pais também pode ajudar. Além disso, programas de cashback em sites ou mesmo de bancos digitais oferecem boas oportunidades para economizar.”
Outro erro comum que a educadora financeira alerta é a compra por impulso. Muitos pais compram itens desnecessários ou acabam não verificando a qualidade do material, o que pode gerar gastos extras. Sabrina também destacou que cadernos simples podem ser personalizados em casa com a ajuda das crianças, tornando-os mais acessíveis.
“É muito importante não esquecer que, muitas vezes, a aparência do produto não justifica o preço. Material escolar não precisa ser só bonito, ele também deve ser funcional e durável.”

Ano de escolhas conscientes 

Neste cenário de preços elevados e instabilidade econômica, Sabrina aponta que este será o ano de escolhas mais conscientes. Ela sugeriu que, além de buscar o material mais barato, os pais devem ensinar às crianças a importância de cuidar bem do que compram, de modo a prolongar a durabilidade dos itens.

“A inflação e os juros altos afetam diretamente os preços dos materiais escolares, já que muitos desses produtos são importados. A recomendação é fugir dos materiais mais caros, especialmente os importados, e optar por alternativas mais simples e econômicas.”

Para o comerciante Lucas Fernandes, o foco é garantir que os clientes consigam comprar material escolar de qualidade a preços justos. Ele reforça que, mesmo diante dos aumentos, é possível oferecer boas opções para as famílias de Campo Grande.

“O preço tem sido um fator importante para muitos consumidores. Conseguimos manter nossos preços mais baixos, e a ideia é que, mesmo em tempos de inflação, a gente consiga garantir o melhor custo-benefício.”

Por Djeneffer Cordoba 

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