“Não ataquei o sistema eleitoral, eu mostrei possíveis falhas”, disse
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta sexta-feira (30), ter levado uma facada nas costas com a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O TSE decidiu por 5 votos a 2 torná-lo inelegível por oito anos. Mais cedo, antes da decisão do TSE, afirmou que irá recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) caso seja tornado inelegível pelo TSE.
A declaração foi dada à Rádio Itatiaia. Bolsonaro está em Belo Horizonte para o velório do ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli. “Vou conversar com meus advogados, e o recurso segue para o STF”, disse à rádio, ao ser questionado sobre o que faria caso fosse tornado inelegível. “Esse julgamento não tem pé, nem cabeça”, declarou.
O ex-presidente, 68, somente estará apto a se candidatar novamente em 2030, aos 75 anos, ficando afastado portanto de três eleições até lá (sendo uma delas a nacional de 2026).
“Não ataquei o sistema eleitoral, eu mostrei possíveis falhas”, disse, à rádio, sobre o encontro. A ação foi impetrada pelo PDT.
“Hoje vivemos aqui uma inelegibilidade. Não gostaria de me tornar inelegível. Na política, essa frase não é minha, ninguém mata, ninguém morre. “Espero, né, porque tentaram me matar em Juiz de Fora há pouco tempo com uma facada na barriga. E hoje levei uma facada nas costas com a inelegibilidade por abuso de poder político”, disse.
Votos
Após quatro sessões de julgamento, além de Moraes, os ministros Benedito Gonçalves, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e Cármen Lucia votaram pela condenação do ex-presidente.
Os ministros Raul Araújo e Nunes Marques se manifestaram contra a condenação de Bolsonaro. Para os ministros, a realização da reunião não teve gravidade suficiente para gerar a inelegibilidade.
Defesa
Na última quinta-feira (22), primeiro dia de julgamento, a defesa de Bolsonaro alegou que a reunião não teve viés eleitoral e foi feita como “contraponto institucional” para sugerir mudanças no sistema eleitoral.
De acordo com o advogado Tarcísio Vieira de Carvalho, a reunião ocorreu antes do período eleitoral, em 18 de julho de 2022, quando Bolsonaro não era candidato oficial ao pleito presidencial. Dessa forma, segundo o defensor, caberia apenas multa como punição, e não a decretação da inelegibilidade.
Braga Netto
Por unanimidade, o TSE absolveu o general Braga Netto, candidato a vice-presidente da República na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. Todos os ministros entenderam que ele não teve relação com a reunião. O nome dele foi incluído no processo pelo PDT. Acesse também: Vereadores reclamam de interferências negativas na gestão da prefeita
Com informações da Folhapress, por LEONARDO AUGUSTO com Agência Brasil