Papelarias lotam em semana que antecede retorno das aulas
A volta às aulas chega trazendo gastos para o primeiro mês do ano. Com o retorno programado para a última semana de janeiro na maioria das escolas particulares, pais estão correndo contra o tempo para garantir a lista. Entretanto, o preço tem sido motivo de desagrado entre os consumidores “atrasados”, que encontram estojo de até R$ 95 e caderno de 15 matérias a R$ 66.
Em meio a uma papelaria localizada na Rua Dom Aquino, o representante comercial Bruno Marra, 32 anos, fazia compras junto à filha. “Correria mesmo, fomos deixando para depois e aí acabou dando tempo de vir só hoje”, relatou.
O representante comercial ainda observou que grande parte dos itens contou com aumento no preço. “Achei que deu uma boa subida, os grandes cadernos de uma matéria mesmo, pelo menos uns R$ 7 a mais”, pontuou.
A dona de casa Gabriela Fernandes, 36 anos, é mais uma que marcou presença na papelaria para comprar os materiais. “Estávamos viajando, por isso os toques finais ficaram em cima da hora”, explica. “Praticamente tudo subiu, mas o estojo este ano está de parabéns, até os mais simples estão caros”, detalhou.
Entre os itens destacados com maior elevação pelos consumidores estão: caderno e estojo. Na papelaria Shoptudo, em Campo Grande, os cadernos de 15 matérias contam com modelos que vão de R$ 37,50 a R$ 66,40, gerando uma variação de 77,07%.
Entre os tipos de estojo, no mesmo local, podem ser encontrados exemplares com valores entre R$ 43,90 e R$ 95,80. O preço médio para o consumidor com base em três modelos será de R$ 72,16. Já a diferença encontrada é de 118,22%.
Alerta
O advogado e membro da Comissão de Direito e Defesa do Consumidor da OAB/MS (Ordem dos Advogados de Mato Grosso do Sul) Leandro Nazarko faz um alerta aos pais quanto aos itens que são proibidos em listas de materiais. Higiene e limpeza (álcool, sabonete, papel higiênico), inclusive produtos de uso coletivo ou administrativo, são vedados em listas escolares.
“Produtos como giz, pastas, canetas para lousa, papel ofício, medicamentos não são permitidos. Nas instituições privadas, os custos desses itens já devem estar incluídos na mensalidade escolar”, salienta o especialista.
Outra proibição é a exigência de marcas e modelos específicos, bem como a imposição de compra de material em uma loja exclusiva ou na própria escola. “Esse ato ilícito configura ‘venda casada’, de acordo com o art. 39, inciso ‘I’ do Código de Defesa do Consumidor (CDC). Há contudo algumas exceções, como no caso de itens que não são vendidos no comércio como uniformes, livros e apostilas próprias”, explica.
A compra parcial dos materiais é válida, sendo que escolas não podem exigir de uma só vez a entrega completa da lista de materiais.
Fala, Povo!
Percebeu aumento no material escolar?
Marly Gotardi, 43 anos dona de casa
Teve dia que passei aqui e tinha até fila para entrar. Hoje, por mais que ainda esteja movimentado, está mais tranquilo, porém os preços em compensação estão de dar medo. Tudo subiu!
Adriana Pavani, 37 anos funcionária pública
Acho que é mais vazio, mais tranquilo, nas semanas que passaram estava muito tumultuado. Em relação aos preços já notei que os cadernos deram uma subidinha, dei uma pesquisada e percebi isso.
Priscila Carvalho, 30 anos personal organizer
Eu preciso entregar dia 1º na escola e devido a uma viagem acabei deixando para a última hora. Dei uma olhada aqui e achei que o preço dos estojos está bem salgado este ano. Nos itens de papelaria não achei tão diferente.
Pablo Gonçalo, 41 anos militar do Exército
Foi tempo e a questão financeira também, já que aqui, no início do mês, são muitas coisas para pagar. Aí alinhei o fim do mês já para os gastos com a educação.
Por Evelyn Thamaris – Jornal O Estado do MS
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