O ano de 2022 foi marcado como o pior em casos de violência contra a mulher. Só no último ano, Mato Grosso do Sul registrou 44 casos de feminicídio, maior número desde 2015, ano da criação da Lei do Feminicídio, segundo dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública). E o primeiro mês de 2023 acaba de registrar a primeira morte por feminicídio, com o assassinato de Claudineia Brito da Silva.
Claudineia, de 49 anos, foi morta nesta sexta-feira (13), após ser esfaqueada pelo marido, de 43 anos. O crime aconteceu no Bairro São Francisco, em Campo Grande, no período da tarde e a vítima chegou a ser socorrida por uma unidade da URSA (Unidade de Resgate e Suporte Avançado) e encaminha para a Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos. O autor foi preso em flagrante.
De acordo com a Polícia Civil, o casal estava ingerindo bebidas alcoólicas e entorpecentes quando em determinado momento começaram uma discussão e a vítima deu um tapa no rosto do homem. O autor revidou e, em posse de uma faca, atingiu Claudineia com golpes no pescoço.
O casal estava junto a quatro anos. Segundo familiares os dois mantinham um relacionamento conturbado, com vários indícios de violência. O suspeito tem antecedentes criminais por violência doméstica e havia uma mandado de prisão em aberto. Ele segue preso na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) e deve passar por audiência.
Feminicídio
Feminicídio é o assassinato de mulheres por questões de gênero; ou seja, quando a vítima é mulher e quando o crime envolve violência doméstica e familiar ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Em 2015, o governo federal sancionou a Lei 13.104 conhecida como Lei do Feminicídio, que torna o assassinato de mulheres por questões de gênero como um crime hediondo, porém em 2021, o Estado foi o terceiro do país com mais vítimas de feminicídio, tendo registrado 35 vitímas, segundo dados do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública).
Violência contra mulher
Em 2022 foram contabilizados 44 casos de feminicídio em Mato Grosso do Sul. De janeiro a dezembro do mesmo ano, houveram 17.400 ocorrências de violência doméstica no Estado, sendo 5.994 vítima em Campo Grande.
Eliane Benicasa, ressalta que houve um aumento expressivo no número de boletins de ocorrência envolvendo casos de violência contra a mulher em comparação ao ano anterior, segundo a delegada neste ano foram mais de mil ocorrências a mais que em 2021.
“A melhor prevenção é a informação, há vários fatores para esse aumento por isso uma mulher informada que sabe de seus direitos ela se encoraja em seus espaços de poder, então quando inicia o clico de violência a vítima consegue se desvencilhar, mas infelizmente em alguns casos como esse, resultam em feminicídio”, destacou a delegada.
Com informações da repórter Lethycia Anjos.
Serviço:
Disque 180
O Disque-Denúncia, criado pela Secretaria de Políticas para Mulheres (SPM), permite denunciar de forma anônima e gratuita, disponível 24 horas, em todo o país. Os casos recebidos pela central chegam ao Ministério Público.
Disque 100
Para casos de violações de direitos humanos, o disque 100 é um dos meios mais conhecidos. Aliás, as denúncias podem ser feitas de forma anônima para casos de violações de direitos humanos.
Casa da Mulher Brasileira
Vítimas de violência também podem recorrer à Casa da Mulher Brasileira, localizada na
Rua Brasília, lote A, quadra 2, s/ nº – Jardim Imá – Campo Grande (MS) – Telefone: (67) 2020-1300
Acesse também as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.