Aeroportos não investem em aferição de temperatura e passageiros reclamam

Neste período de férias, muitas pessoas costumam viajar e, como consequência, aeroportos e rodoviárias ficam lotados. E, mesmo com a pandemia da COVID-19, a situação não é diferente no Aeroporto Internacional de Campo Grande.

Nas portas de entrada e saída não há aferição de temperatura e, mesmo não sendo obrigatório, segundo a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária), administradora do aeroporto, os passageiros alegam que o procedimento é fundamental ainda mais com os aumentos dos casos.

Além da falta da aferição de temperatura, há também no aeroporto de Campo Grande aglomeração nos guichês de atendimento das companhias aéreas. Os passageiros não mantêm o distanciamento recomendado enquanto estão na fila para realizar o check-in ou para despachar suas bagagens.

A médica Ana Martas Santos, 43 anos, afirmou que passou por três aeroportos e em nenhum teve sua temperatura corporal aferida. Ela é baiana, mas mora em Campo Grande, onde atua na rede pública de saúde.

“Passei pelo aeroporto de Salvador, um em São Paulo e agora esse de Campo Grande e em nenhum teve aferição de temperatura. Está cada vez mais difícil, passei o recesso inteiro trancada com meu filho em casa e o que adianta se nem aferindo a temperatura nos aeroportos estão, isso é o mínimo. A segunda onda chegou com força total, mas parece que não estão nem aí”, assegurou.

A enfermeira Monique Munhoz, 37 anos, que foi trabalhar em Manaus, também alertou para o perigo em não ter a aferição de temperatura nos aeroportos. De acordo com ela, não é de hoje que não ocorre aferição no aeroporto de Campo Grande.

“Eu fui no dia 25 de dezembro para trabalhar em um hospital com os pacientes infectados pela COVID, todos na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Os casos da doença estão aumentando muito, em Manaus mesmo está bem complicado. Mas, tanto na ida, como na volta, eu não vi ninguém sendo aferido em nenhum dos aeroportos que passei, Manaus, Campinas e aqui”, ressaltou.

Roberto Pacheco Neto, 33 anos, é médico-veterinário e foi passar o fim de ano em São Paulo. Ele afirmou que teve a temperatura aferida na porta de entrada do Aeroporto de Viracopos, em Campinas. “Como eu fui pegar o voo em Campinas, então ao entrar no aeroporto, tinha um funcionário aferindo a temperatura. Mas apenas na entrada, depois, tanto para embarque quanto para entrar no avião, não houve mais. Acredito que quem faz conexão não seja aferido”, disse.

A professora Eloisa Barbieri, 25 anos, também não teve a temperatura aferida. Ela veio de São Paulo para a Capital. “Não mediram minha temperatura nem na ida, em nenhum lugar, até porque quando não vi na porta de entrada, achei que eles estavam aferindo no embarque, mas também não foi realizada. Apesar que muitos fazem a aferição errada e também não vale de nada”, comentou.

O que diz a Infraero

Por nota, a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) informou que no momento não há exigência dos órgãos de saúde quanto à aferição da temperatura corporal dos passageiros.

E, ainda, que segue rigorosamente as determinações do Ministério da Saúde e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), além de manter contato constante com os demais órgãos responsáveis nas esferas federal, estadual e municipal, para alinhar as práticas de combate à transmissão do novo coronavírus.

Texto: Rafaela Alves

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