Adicionado à lista dos itens básicos, Tereré é aprovado por lojistas e pelos consumidores

Preço pago por 500g do produto varia entre R$ 7 e até R$ 40, na Loja Tereré Shop - Foto: Nilson Figueiredo
Preço pago por 500g do produto varia entre R$ 7 e até R$ 40, na Loja Tereré Shop - Foto: Nilson Figueiredo

Composto pela erva mate, artigo regional impulsiona vendas dentro e fora do Estado

Entendido como essencial, o tereré passa a integrar os itens da cesta básica. Enquadrado entre a categoria mate e especiarias, a tradicional bebida trouxe comemoração para o setor comercial de Campo Grande, que vê na adição do item, um potencial importante de impulsão nas vendas.

Em portaria Nº 966, publicada no dia 6 de março, o MDS (Ministério de Estado do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome) divulgou a composição de itens essenciais da cesta básica. Dentre eles, é possível verificar a presença da ervamate, o que permite inclusive, o entendimento do elemento como item de importância regional e essencial. Com a afirmativa, o tereré entra em jogo, já que a bebida é popularmente conhecida no Estado como artigo regional e xodó dos sul-mato-grossenses.

O proprietário da loja Tereré Shop, localizada na RuaAlagoas com a Pernambuco, Antônio Branco, 46, acredita que a adição do produto à cesta deve melhorar as vendas. Afinal, mesmo no verão, a movimentação tem se mostrado devagar neste início de 2024. “Acredito que vai dar uma melhorada alguma coisa nas vendas sim, deve melhorar um pouquinho. O mês de janeiro foi bom, fevereiro muito ruim, março está começando ruim também. Esse verão está bem esquisito, todo mundo meio retraído, não sei se está todo mundo sem dinheiro”, observa o comerciante.

Hoje na Tereré Shop o preço de 500 gramas varia entre R$ 7 e R$ 40, a depender das especificidades do produto. Conforme argumenta Branco, o gosto entre pessoas que são do Estado e as que são de fora variam. A erva crioula, por exemplo, é campeã de vendas entre a população sul-mato-grossense. Já as ervas de sabor são vendidas mais para pessoas de outros estados, principalmente do sudeste, ficando entre regiões como São Paulo e Rio de Janeiro. “Nós temos dois tipos de público, aqueles de fora do Estado, onde atendemos pelo E-commerce, que é o público que gosta de erva de sabor, como a menta e menta e boldo, que são as que vendem mais para fora do Estado. Já para Campo Grande, as ervas que mais saem são as crioulas, ervas sem sabor. Por ser costume regional, o pessoal já troca a mamadeira pelo tereré e já vem com esse costume da erva natural”, esclarece o empreendedor.

A economista do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Andreia Ferreira, argumentou ao jornal O Estado, que em linhas gerais, a decisão é um passo importante que o Governo Federal deu na matéria, pois respeita a cultura da produção agrícola e ainda preserva a identidade e história das populações. “É interessante esse respeito às culturas e esse olhar mais atento para a produção regional. Esse cuidado em preservar a história dos saberes que já existiam naquelas localidades e existem pelo país e, principalmente, a redução no consumo de alimentos que têm comprovação científica de que eles fazem mal pra população”, pontua a economista.

O assessor administrativo do Mercadão Municipal de Campo Grande, Felipe Ferreira, 29, explica que a decisão será positiva para o comércio regional. Afinal, a adição do tereré como item essencial fará crescer o número de vendas. “Os comerciantes vão adquirir mais produtos para atender as pessoas que compram a erva mate a parte e compram na cesta completa. Então, vai aumentar a produção e pensando até nos produtores e fornecedores, vai aumentar a demanda como um todo. A roda da economia vai girar muito bem”, destaca Ferreira.

Sócia-proprietária de uma das bancas do Mercadão Municipal de Campo Grande para itens de composição do tereré – como bombas, copos e garrafas, Pamela Lopes Negreti, 36, em entrevista ao jornal O Estado, portava seu copo com a bebida típica à mão a afirmou que a decisão é positiva para os comerciantes e para os amantes da bebida.

“Aqueles que são amantes do tereré, não param de tomar. Eu mesmo sou uma que não paro de tomar tereré, todos os dias tomo tereré, é um costume, é um vício. Aqui no nosso Estado é muito forte o tereré e é uma coisa que só cresce. Até os turistas têm interesse em tomar, em conhecer. Às vezes eles falam ‘moça eu não tomo, mas eu vou tomar’, aí compra o kit tereré, leva e gosta. Sempre dou a dica que é sempre bem geladinho, quanto mais gelado, mais gostoso e com limão melhor ainda. Então, eu acho que vai vender bem”, finaliza Negreti.

 

Por Julisandy Ferreira

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