A 16 dias da eleição, debates ainda soam de forma mais calma, sem os grandes embates

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Imagem: Reprodução/Fotos: Valentin Manieri
Concorrentes a governo de MS acreditam que a verdade deve ser ingrediente para eleitor decidir

Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado do MS

Com frases mornas desde o início da campanha, os candidatos a governo do Estado têm oportunidade de realizar embates mais duros em debates promovidos em Mato Grosso do Sul. Faltando 16 dias para o primeiro turno das eleições, muitos eleitores têm cobrado uma postura mais incisiva dos postulantes a governador. A impaciência com frases feitas e discursos genéricos já não agrada à população, que tem acesso fácil e rápido aos mais diversos temas por meio de redes sociais e internet.

Nesta quarta-feira (14), os candidatos participaram de debate promovido pela Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de MS), e à medida que a data do primeiro turno se aproxima, alguns dos candidatos tentam ampliar as discussões, saindo do clima típico de propaganda eleitoral e frases feitas. Dos oito concorrentes, até o fechamento da edição, não estavam no debate Adonis Marcos (PSOL) e Magono Souza (PCO).

Nessa situação de dar a “cara para bater” ou para “dar tapa”, aquele que ficar sem respostas verdadeiras e respaldadas tende a ficar no olho do furacão, e principalmente do eleitor, que não é mais levado por discursos de marqueteiro.

Eduardo Riedel (PSDB)

O candidato Eduardo Riedel, em entrevista à TV Educativa de MS, comentou, por exemplo, sobre suas propostas ao Estado: geração de emprego e renda, e outros temas. Além disso, aproveitou o tempo para desmentir declaração do candidato Marquinhos Trad (PSD) sobre emissão de nota fiscal e cobrança.

“Tem candidato que fala que o governo cobra nota do pequeno produtor no valor de R$ 23. Primeiro, essa nota é de graça e via eletrônica. 92% das notas são tiradas de forma gratuita e não tem preço. Época de eleição todo mundo fala o que quer sem conhecimento”, disse Riedel, que aproveitou para responder a outra situação.

“Outra grande falácia é que não teve nenhum aumento [de salário aos servidores] e que não atingiu a inflação, não entrou ninguém. Eu mostro os números e vou por na minha rede social, para zerar esse argumento de quem não tem conhecimento.”

O tucano ainda jogou indiretas. “Sou novo não só na política, e com foco no resultado ao cidadão. Não é foco de poder político. Não faço promessa, eu faço projeto.”

André Puccinelli

Já André Puccinelli (MDB) disse, durante entrevista no programa Papo Reto, do TopMídiaNews, que se mantém na campanha sem “brigar com ninguém”, e que vai continuar com a estratégia até o dia da eleição. Convicto de que estará no segundo turno, Puccinelli pretende não atacar adversários políticos e enfatiza a postura.

“Nós não vamos falar dos outros candidatos. A gente enfatiza o que já fizemos, a capacidade laboral, de montar boa equipe e minha disposição em trabalhar. Por estar na lideranças nas pesquisas, creio que estou no segundo turno.”

Puccinelli afirma que não está preocupado com ataques que possam vir de adversários. “Não tenho tido dissabores de ser ofendido porque a população sabe quem fez e quem faz. Não perco tempo com briguinhas, com mentirinhas e com picuinhas.”

Marquinhos Trad

Marquinhos Trad (PSD) também concedeu entrevista à TV Educativa de MS e, além dos temas gerais, destacou alta carga tributária e permaneceu indicando problemas e falhas do atual governo como respingo na candidatura de Riedel. Foi nessa ocasião que ele afirmou que o pequeno agricultor é obrigado a emitir nota fiscal e quando comparece na Agenfa para emitir é cobrado o valor de R$ 23,60 por cada nota.

“Não tem como fazer gestão com carga tributária pesada. Não é possível termos o ICMS mais caro do Brasil. Eu enfrentei redução de impostos.”

Capitão Contar

Em sua participação na rodada de entrevistas da TV Educativa, Capitão Contar (PRTB) argumentou que só dispõe de 15 segundos no horário eleitoral e, segundo ele, as pessoas querem oxigenação na política, e que não querem votar em grupos conhecidos. “Estamos carentes de representantes novos, e que não façam parte de grandes grupos políticos.”

Fiems reúne candidatos a governo do Estado nesta quinta

A Fiems retoma o projeto “Encontros com a Indústria” e irá reunir candidatos a governo do Estado, às 8h, no Edifício Casa da Indústria, para apresentar as demandas do setor industrial, bem como ouvir as propostas deles para a indústria na eventualidade de serem eleitos.

Participarão os seis candidatos mais bem colocados nas últimas pesquisas de intenções de voto e, após realização de sorteio, a ordem das apresentações ficou assim definida: Marquinhos Trad, Rose Modesto, André Puccinelli, Giselle Marques, Eduardo Riedel e Capitão Contar.

Saiba a opinião dos concorrentes sobre debates mais acalorados

Rose Modesto

A candidata Rose Modesto (União) destaca que o debate é um momento para que o eleitor sul-mato-grossense possa conhecer a trajetória de cada um e saber como cada concorrente vê Mato Grosso do Sul. “A ideia principal dos debates tem de ser mesmo a explanação das propostas, como cada um enxerga cada área, política pública. E também a oportunidade dizer o que vai fazer, de como e onde fará. De forma real, técnica, e com sentido para que eleitor ouça e entenda. É natural que alguns candidatos tentam trazer para o debate algumas situações para tentar diminuir ou confundir a cabeça do eleitor, e nessa hora o calor fica maior, mas acho que foco é dar oportunidade para o eleitor conhecer um pouco de todos nós.”

André

Destaca a importância do debate para que a população possa decidir em quem votar. “É muito importante debatermos de uma forma tranquila, ética, propondo ideias. O tom deve ser de propostas à população, grito, acirramento, não resolve, a questão é propor o que se vai fazer.”

Contar

Contar acredita que o debate seja importante para que a população possa conhecer seus candidatos, e que seja feita de maneira pacífica sem agressão e que propostas sejam discutidas. “É aceitável um debate mais caloroso sempre que for com base na verdade, não gostamos quando são mentiras, intenções, ilações. Esperamos que o conteúdo seja mais propositivo do que qualquer outro. A melhor temperatura é sempre a verdade de conteúdo.”

Giselle

A população no debate tem condição de perceber as diferenças e os projetos que estão na disputa onde os candidatos vão expor suas ideias. “Vejo positivo o clima de civilidade ocorrido nos dois debates até o momento, clima de paz, porque democracia deve ser um espaço onde as pessoas possam divergir de ideias, expor diferentes ideologias, maneiras de pensar, mas de forma educada.”

Riedel

O debate é onde as pessoas podem ouvir os candidatos, propostas, os compromissos, e isso ajuda na tomada de decisão. “O debate mais acalorado depende do formato, dos assuntos, da maneira como as pessoas conduzem o debate. Todos estão prontos para discutir com maior veemência ou não, assuntos que venham à tona. Temos de manter as referências para não confundir, já bastam as fake news. É um momento de se colocar face a face questões que muitas vezes não procedem. Havendo ataque, é natural que haja resposta, esse é o momento da verdade. Vai muito da condição do debate, o modelo é engessado, mas respeitamos.”

Marquinhos

Para o ex-prefeito e candidato Marquinhos Trad, o debate é para desenvolver suas propostas. “É o momento de se colocar ideias, propostas, evolução e maturidade daqueles querem melhor qualidade de vida do seu Estado. O debate serve de maneira propositiva, elucidativa, educativa, para que o eleitor saiba diferenciar a maturidade de todos aqueles que querem governar nosso Estado.”

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