O Progressistas e o PSDB buscam protagonismo com alianças e filiações de figuras políticas importantes, em Mato Grosso do Sul. A afirmativa é do cientista político e professor da UEMS, Ailton de Souza. Recentemente, o PSDB fez filiações de quatro prefeitos do interior e o Progressistas ganha a representação de Campo Grande, com a entrada da prefeita Adriane Lopes, em 1° de junho.
O anúncio da filiação da prefeita da Capital movimentou os bastidores nos últimos dias, já que o aceite do convite feito pela senadora, Tereza Cristina (PP), pode ter diversas ramificações futuras. Um grande questionamento é como ficará a aliança com o PSDB, que tem como pré-candidato à prefeitura o deputado federal Beto Pereira. Muitos indicam que haverá composição, outros, nem tanto, mas o fato é que o momento ainda é de desenho do cenário eleitoral de 2024.
Sobre a relação entre os dois partidos, o doutor e cientista político Ailton de Souza, fez três pontuações. A primeira delas é de que não só o PP e o PSDB, como outros partidos, querem o protagonismo, por isso vão avaliar suas reais capacidades de vitória nos municípios. Ele indica que o PP e o PSDB vão tentar avaliar o número de prefeituras, número de apoios que cada um consegue regionalmente e nas cidades. E esses elementos serão colocados na balança, para então avaliar a possibilidade de sair um candidato, na majoritária.
“Outros partidos também têm a mesma perspectiva. Se não vai ter um candidato pela legenda, tentarão angariar apoio, como é o caso do MDB, por exemplo, e outros partidos. O PP vai tentar essas alianças, como também o PSDB, que já começou a fazer isso desde o final do governo de Reinaldo Azambuja. Os partidos estão se alinhando, buscando uma adesão cada vez maior de filiados e também o apoio daqueles pré-candidatos que, porventura, tenham uma grande expressão, em determinado município.
PSDB Para o estudioso, até 2024 alianças podem ser diluídas também, estando tudo em construção, neste momento. Para ele, o PSDB sai na frente por ter um governo estadual eleito.
“Com isso, também tem um canal de comunicação muito maior com os municípios. Então, eu acho que o PSDB sai fortalecido no âmbito das alianças, mas não implica que isso vai dar um protagonismo, no sentido de atestar, para nós,que a maioria das prefeituras vão ser do PSDB. Quando nós dizemos não é que o governo sai na frente, queremos dizer que, por ter uma máquina e um canal estabelecido, entre os municípios, isso dá mais possibilidades para os candidatos do PSDB. É claro que isso não é uma aposta certa. Vai depender da forma que essa articulação está sendo feita, em nível local.” Ele reforça que a possibilidade é que o PSDB consiga fazer mais alianças, sair forte e ter um apoio muito maior, até que o PP. “Por enquanto, é mais contato, mais reuniões. É para avaliar quem sai, quem não sai, quem ganha mais, se muda de partido, ou apoia determinado partido. Mas um jogo que é em virtude do governo estadual ser do PSDB dá, de certa forma, um maior protagonismo para o PSDB, em MS.”
PP
Apesar das ponderações sobre o ninho tucano, o doutor em ciência política afirma que,em Campo Grande, a prefeita Adriane Lopes terá um reforço grande, já que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, tende a influenciar, de alguma maneira, nas construções. Além disso, a senadora Tereza Cristina terá grande papel.
“O que está em jogo hoje é o apoio que terá do governo estadual ou federal; o apoio que terá de deputados, senadores, então, tudo isso está na mesa. Claro, mesmo que o PP e PSDB tenham, lá atrás, uma aliança forjada, nesse momento, é o tudo ou nada. É a questão de dizer, olha, eu preciso. É chegar à frente. Então, algumas alianças podem se romper em alguns municípios, em virtude de uma real possibilidade de vitória.”
Ele diz que o fato de Adriane Lopes migrar para o PP, provavelmente tem a ver com o apoio que ela deve ter na campanha de reeleição. “O principal componente que faz com que o candidato saia num partido ou faça uma aliança é no sentido de aumentar suas chances de eleição. Nessa disputa, provavelmente é o PP que sai ganhando, no sentido de ter um prefeito que pode atuar com sua máquina, influência, visibilidade e buscar uma reeleição com certa vantagem. Porém, essa vantagem não gera uma vitória automática, ela precisa ser trabalhada.”
Por Rayane Santa Cruz – Jornal O Estado do MS.
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