“Inventa alguma coisa, diz que ela caiu do playground” disse padrasto a mãe de criança levada morta a UPA

Delegada Anne Karine Sanches em coletiva na DEPCA
Foto: Berlim Caldeirão
Delegada Anne Karine Sanches em coletiva na DEPCA Foto: Berlim Caldeirão

Em coletiva de imprensa concedida pela DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente), a delegada titular, Anne Karine Sanches, falou sobre a prisão da mãe e padrasto e sobre as investigações da morte, a princípio, por espancamento e, suposto, estupro de vulnerável, de uma criança de dois anos e sete meses, na Capital.

Durante o interrogatório, segundo a delegada, a mãe confirmou que o padrasto, agredida a criança e que também batia na filha, segundo ela, para corrigir.

“O pai da criança já tinha registrado boletim de ocorrência aqui na DEPCA em março e novembro do ano passado. O que chama atenção é que ela tinha registro de atendimento médico por diversas vezes e, em uma delas, estava com a perna quebrada”, explicou.

A delegada revela que os inquéritos abertos foram finalizados e encaminhados ao Poder Judiciário. “Ambos foram concluídos e encaminhados a Justiça”, afirmou.

Para a polícia, o pai da criança disse que sempre que buscava a menina percebia hematomas pelo corpo e questionava a mãe da criança sobre as marcas. “Por esse motivo que ele procurou a delegacia para o registro das ocorrências”, informou.

Sobre o suposto estupro de vulnerável, Anne Karine, diz que o corpo da criança foi encaminhado ao Imol (Instituto de Medicina de Odontologia Legal) para ser submetido a exame de necropsia, para confirmar se houve ou não o abuso.

“Os médicos que atenderam a criança na UPA, desconfiaram de que ela havia sido abusada, mas foi solicitado exame e aguardamos o laudo do Imol”, afirmou.

As 30 vezes que a criança foi atendida na rede pública de saúde, a delegada disse que será investigado. “A Secretaria de Saúde, em casos de suspeita, tem a obrigação de encaminhar as autoridades competentes”, explicou.

Sobre o outro filho do casal, a polícia diz que a mãe afirmou em depoimento que o pai também agredia a própria filha. “Essa criança não tem nem dois anos, pois o casal estava junto há um ano e quatro meses. Importante frisar que, a mãe disse em interrogatório que tinha ciência das agressões, mas que tinha medo de perder a guarda do filho incomum do casal”, informou.

O padrasto da criança de 25 anos, que ficou em silêncio durante o depoimento, já tinha passagens por agressão física a ex-mulher com quem tem outro filho.

“Ele tem outro filho com a ex e iremos verificar como era o relacionamento dele com a criança. Vamos ouvir a ex-mulher dele”, disse a delegada.

Já a mãe tem passagens por maus-tratos e também responde por crime de maus-tratos a um cachorro em 2021 junto a Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista).

Padrasto e mãe estão presos e passarão por audiência de custódia e responderão por homicídio e estupro de vulnerável.

Casal passa por audiência de custódia amanhã (Foto: Reprodução)

Com informações da repórter Mylena Fraiha

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