O desembargador José Ale Ahmad Netto indeferiu o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa do ex-vereador de Campo Grande e ex-secretário de Finanças de Sidrolândia, Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho, conhecido como Claudinho Serra. Preso no dia 5 de junho durante a quarta fase da Operação Tromper, que investiga fraudes em licitações no município de Sidrolândia, Claudinho é apontado pelo Ministério Público como o chefe do esquema criminoso.
No despacho, o magistrado argumentou que a concessão da liberdade provisória não se sustenta apenas com base em alegações de boas condições subjetivas, como residência fixa ou cuidados com filhos. “O fato do impetrante alegar ser possuidor de condições subjetivas favoráveis, por si só, não é suficiente para a concessão da liberdade provisória”, escreveu o desembargador.
A defesa, feita pelo advogado Tiago Bunning Mendes, alegou que Claudinho precisa estar em casa para cuidar dos filhos menores, já que sua esposa, também investigada na operação e alvo de mandado de busca e apreensão, trabalha como médica em regime de plantão. O desembargador, no entanto, rebateu o argumento afirmando que a imprescindibilidade da presença de Claudinho no cuidado com os filhos “não se presume pelo simples fato de que sua esposa seja médica plantonista”.
Outro ponto contestado pela defesa é a atualidade dos fatos investigados. Segundo Bunning, os crimes imputados ao ex-vereador ocorreram entre 2022 e 2023 e os contratos investigados foram todos rescindidos, além de os servidores envolvidos já terem sido exonerados. Claudinho também estaria cumprindo medidas cautelares com tornozeleira eletrônica há 14 meses, sem descumprimentos.
Ainda assim, o desembargador entendeu que a prisão preventiva continua sendo a medida mais adequada diante da gravidade dos fatos e da posição de liderança atribuída a Claudinho Serra no suposto esquema.
A defesa foi procurada pela reportagem, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.
A Operação Tromper, deflagrada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul, apura um complexo esquema de fraudes em licitações e contratos públicos em Sidrolândia, envolvendo empresários, servidores e ex-gestores. Esta é a quarta fase da operação, que segue em andamento.
Com colaboração da repórter Brunna Paula
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