Previsto para 10 de setembro, o julgamento do estudante de Medicina João Vitor Fonseca Vilela, de 24 anos, acusado de atropelar e matar a corredora Danielle Correa de Oliveira, de 41, foi retirado de pauta pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande.
Em entrevista ao Jornal O Estado, o juiz Aluízio Pereira dos Santos explicou que a realização do júri depende da análise de um recurso interposto pela defesa no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
“Retirei de pauta o julgamento porque a defesa recorreu da sentença que o mandava a júri em setembro. E indeferi o pedido do MP para ele ficar de tornozeleira porque é desnecessário e, além disso, cada dia de tornozeleira se conta como pena cumprida. De forma que, se ele for condenado, pode nem ficar preso”, afirmou o magistrado.
O caso
João Vitor é acusado de dirigir em alta velocidade e sob efeito de álcool quando atropelou Danielle e outra corredora, Luciana Timóteo da Silva Ferraz, de 43 anos, em 15 de fevereiro deste ano, na MS-010, saída para Rochedinho. Danielle não resistiu aos ferimentos. Já Luciana sobreviveu graças ao socorro rápido e ao fato de ter recebido o impacto de forma menos direta.
Segundo o inquérito, o estudante havia ingerido oito latas de cerveja antes de assumir a direção do veículo. Ele foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, com agravantes pelo consumo de álcool e excesso de velocidade.
O caso teve grande repercussão em Mato Grosso do Sul, mobilizando grupos de corrida e movimentos sociais que pedem punição exemplar.
Pedido para morar em Goiás
A defesa de João Vitor também solicitou autorização judicial para que ele fixe residência em Aparecida de Goiânia (GO), onde cursa Medicina. O advogado José Roberto Rodrigues da Rosa alega que o aluno ingressará no internato obrigatório no segundo semestre de 2025, etapa que exige presença contínua em unidades de saúde ligadas à FAMP (Faculdade Morgana Potrich).
O endereço apresentado pertence à irmã do acusado, Maria Eduarda Fonseca Vilela, com quem ele pretende morar durante o período do estágio. A defesa pediu ainda que a nova residência seja registrada nos autos, permitindo controle jurisdicional e comunicações oficiais.
No mesmo requerimento, João Vitor solicitou autorização para participar da formatura da irmã, marcada para os dias 24, 25 e 26 de julho, em Goiânia. O pedido está em análise.
Réu em liberdade
Desde o início do processo, o estudante responde em liberdade mediante medidas cautelares: não pode sair da cidade sem autorização judicial e deve comparecer periodicamente ao Fórum.
Com a decisão de suspender a sessão de setembro, o julgamento será reagendado apenas após o TJMS apreciar o recurso da defesa.
Por Suelen Morales