Família cobra justiça após morte de empresário em delegacia da Capital

Foto: Reprodução
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O óbito ocorreu na manhã de sexta-feira (2), na Depac Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), após a prisão de um empresário de 60 anos por dirigir alcoolizado e provocar um acidente de trânsito. De acordo com o laudo da perícia inicial, não foram identificadas lesões. No entanto, a necropsia realizada pelo Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) apontou lesões na cabeça e indicou traumatismo craniano como causa da morte, segundo relato do irmão da vítima.

O acidente aconteceu ainda na madrugada de sexta-feira (2). O empresário conduzia uma VW Amarok pela Rua Arthur Jorge, sentido norte-sul, quando perdeu o controle da direção e colidiu com um veículo Hyundai Creta que trafegava no sentido oposto. No carro atingido, estavam o condutor e uma passageira. Os três envolvidos foram atendidos no local por uma equipe do Samu. Conforme o boletim de ocorrência, todos apresentaram lesões leves. A passageira foi encaminhada ao hospital Cassems, enquanto o empresário foi liberado no local após os primeiros socorros.

O teste de alcoolemia realizado no motorista apontou 0,90 mg/l de álcool no sangue, o que motivou a prisão em flagrante e sua condução à Depac Cepol.

Uma investigadora que distribuía refeições aos detidos percebeu o óbito do empresário ainda na manhã do mesmo dia. O Corpo de Bombeiros foi acionado e a causa do óbito foi inicialmente apontada como “possivelmente natural”. No entanto, o médico Luiz Carlos Trombini, irmão da vítima, contesta essa versão.

“Compareci na delegacia mais ou menos às 11 horas. Me identifiquei com o atendente e disse que era médico do meu irmão. Informei que a filha dele me avisou que ele estava machucado, com suspeita de fratura na mão. O atendente disse que ia chamar o delegado. Cinco minutos depois, apareceu um que se identificou como delegado e disse que eu não poderia, porque se precisasse eles levariam ele pra uma UPA”, relatou.

Trombini afirma que não retornou à delegacia naquele dia, mas que posteriormente conversou com um técnico do Imol. Segundo ele, a necropsia descartou causas naturais e apontou lesões cranianas.

“Conversei com a pessoa que ajudou na necropsia, ele me mostrou meu irmão e disse que a cavidade craniana estava cheia de sangue. Além de dizer que o horário provável do sangramento cranial batia com o horário do acidente.”

A Polícia Civil, em nota para o Jornal O Estado, lamenta profundamente o ocorrido e afirma ter tomado todas as providências cabíveis logo que o fato foi constatado. Novas apurações serão realizadas com total rigor.

“A Instituição se solidariza com os familiares e amigos do falecido e manifesta seu profundo pesar diante do ocorrido. Assim que o fato foi constatado, todas as providências cabíveis foram imediatamente adotadas. A Corregedoria da Polícia Civil procederá a apuração dos fatos, que será conduzida com total rigor, transparência e isenção.Por respeito à família e em atenção ao devido processo legal, novas informações serão divulgadas tão logo haja avanços confirmados nas apurações dos fatos.Reafirmamos nosso compromisso com a preservação da vida, o respeito aos direitos humanos e a integridade de todas as pessoas sob custódia do Estado”.

Por Ana Cavalcante

 

* matéria atualizada às 11h02 para acréscimo da nota da Polícia Civil.

 

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