Ministro Alexandre de Moraes fixou prazo de 24 horas após nova infração às medidas cautelares impostas ao ex-presidente
Jair Bolsonaro tem até às 21h13 desta terça-feira (22) para apresentar explicações ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o descumprimento da ordem judicial que o impede de usar redes sociais, ainda que por meio de terceiros. A determinação foi reforçada pelo ministro Alexandre de Moraes após a divulgação, nos últimos dias, de links e trechos de entrevistas do ex-presidente circulando em perfis ligados a ele.
O prazo começou a contar na noite de segunda-feira, quando a defesa foi notificada oficialmente pelo STF. O advogado Celso Villardi recebeu a intimação via WhatsApp às 21h13, marcando o início das 24 horas para resposta.
Mesmo afastado das redes, Bolsonaro segue sendo tema recorrente em publicações de apoiadores, e a Justiça quer apurar se há algum tipo de articulação por trás disso. A nova advertência se soma a uma série de medidas cautelares impostas ao ex-presidente na última sexta-feira (18), dentro do inquérito que apura a tentativa de anular as eleições de 2022 e impedir a posse de Lula.
Entre as restrições está o uso de tornozeleira eletrônica, que Bolsonaro chegou a mostrar durante visita à Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (21). A aparição repercutiu nas redes sociais e também levantou questionamentos sobre o descumprimento de outras ordens judiciais.
As medidas foram impostas com base em indícios de articulação golpista envolvendo aliados e familiares do ex-presidente. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair Bolsonaro, é um dos investigados por supostamente atuar junto ao governo Trump, nos Estados Unidos, em busca de apoio para questionar o resultado das urnas no Brasil.
Além da tornozeleira e do veto às redes sociais, Bolsonaro também está proibido de sair de casa à noite, de manter contato com investigados no caso e de se aproximar de embaixadas ou autoridades estrangeiras, uma precaução que, segundo Moraes, visa impedir uma eventual fuga do país.
Caso a defesa não apresente justificativas ou o STF entenda que as medidas continuam sendo desrespeitadas, novas sanções podem ser impostas ao ex-presidente.
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