Na quinta-feira (2), o Comitê de Ética da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos iniciou uma investigação contra o congressista republicano George Santos, filho de brasileiros, que está envolvido em diversas polêmicas, desde a origem dos recursos financeiros usados em sua campanha até acusações de assédio sexual feitas por um ex-assessor. Santos enfrenta várias denúncias formais, incluindo duas feitas por seus colegas parlamentares.
A comissão aprovou investigação sobre atividades ilegais na campanha de 2022 do deputado, e irá apurar a falta de detalhamento de origens e destinos de gastos de campanha, solicitados pela Casa; se ele violou leis federais relativas a seu papel em uma empresa financeira; e se assediou um assessor que trabalhou por pouco tempo em seu gabinete.
Em seu perfil no Twitter, Santos confirmou a abertura da investigação e disse estar “cooperando totalmente”. O Comitê pode multar o congressista ou recomendar ações disciplinares dependendo dos achados da apuração.
Há pouco menos de um mês, o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, havia afirmado ao canal de TV americano CNN que o deputado estava sob investigação, mas se corrigiu e disse que o órgão apenas tinha recebido denúncias contra Santos.
À época McCarthy disse que o partido não estava “permitindo que ele [Santos] esteja em cargos nos comitês legislativos devido às questões que surgiram”, embora o próprio presidente da Casa tenha afirmado que essa decisão partiu do próprio deputado.
Santos havia sido designado para dois comitês: o de Ciência, Espaço e Tecnologia e o de Pequenas Empresas, que supervisiona uma das maiores iniciativas de governo, o Programa de Proteção ao Salário, com orçamento estimado em quase US$ 1 trilhão (R$ 5,1 trilhões).
A derrocada do parlamentar começou em novembro, depois de sua eleição, quando reportagem do jornal americano The New York Times revelou que ele havia mentido sobre diversos aspectos de sua vida, da formação acadêmica e profissional às fontes de renda e origens familiares. Ele admitiu ter inventado as informações.
A partir dali, Santos não conseguiu explicar a origem e o destino recursos financeiros em sua campanha –alvo da investigação do Comitê de Ética–, foi acusado por um ex-militar de ter promovido uma arrecadação de fundos para custear a cirurgia do cachorro do veterano, que à época vivia na rua, e roubado os US$ 3.000, e, entre outras mentiras e polêmicas, viu eleitores pedirem sua renúncia.
Em janeiro, Santos foi ao Twitter para negar eventual renúncia. “Fui eleito para servir à população de Nova York, não ao partido e aos políticos. Lamento que autoridades locais se recusem a trabalhar em meu gabinete para entregar resultados, manter nossa comunidade segura e reduzir o custo de vida.”
Com informações da Folhapress.
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