Após Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciar que iria mobilizar até 300 mil reservistas para participarem da guerra contra a Ucrânia, o país russo tem passado por uma crise doméstica.
Nesta terça-feira (27), o governo aliado de Moscou no Cazaquistão informou que cerca de 98 mil russos já cruzaram a fronteira desde a convocação, que oi decretada no dia 21, quarta-feira. O mesmo movimento de fuga ocorre na Geórgia, onde de acordo com o Ministério do Interior, o país passou a receber 10 mil russos por dia.
O nó da questão, além da própria convocação de ir para guerra é que os termos e regras das mobilizações variam de lugar para lugar. Um exemplo é que reservistas que foram soldados e que estão com mais do que os 35 anos estipulados pelo governo como limite estão sendo convocados, além de pessoas com problemas de saúde.
A situação se agrava ainda mais nas regiões remotas e pobres do país, como a Buriácia (Sibéria) ou a Calmíquia (sul do país). Nos centros urbanos mais desenvolvidos, como Khabarovsk (Sibéria), Moscou e São Petersburgo, a classe média lidera a insatisfação, onde houve cerca de 2.400 prisões de manifestantes desde o anúncio de Putin.
Em razão as manifestações e fugas, o Kremlin comunicou nesta segunda-feira (26) que estava trabalhando para corrigir erros de autoridades locais. Dmitri Peskov, porta-voz russo, ainda acrescentou que a ideia de fechar as fronteiras não estava sendo considerada, mas que a opção não será totalmente descartada. Já na terça-feira (27), o Ministério da Defesa afirmou que não irá buscar o retorno forçado de quem fugiu para países e locais vizinhos.
O objetivo da convocação em cadeia é de sanar o principal problema que a Rússia vem enfrentando na guerra contra a Ucrânia, a falta de pessoal. Essa escassez foi a principal causa do fracasso em tomar Kiev no começo da guerra e para a derrota na região de Kharkiv, atualmente.
Com informações de Igor Gielow, do Folhapress.
Leia também: Alemanha registra recorde populacional devido a refugiados da Ucrânia
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.