Com a temperatura média global em 17,23°C, esta quinta-feira (6) bateu um novo recorde de calor. O índice foi quebrado pela terceira vez nesta semana, fazendo dela a mais quente já registrada. O número ficou 1,02°C acima do padrão histórico para o dia 6 de julho.
Na segunda-feira (3), a temperatura mundial foi de 17,01°C, superando o maior índice registrado pelos cientistas até então, de 16,92°C, em 2016 (que se repetiu em 2022). O recorde foi quebrado no dia seguinte, quando foram atingidos 17,18°C, temperatura que se manteve na quarta-feira (5).
Os dados diários de temperatura são do Centro Nacional de Previsão Ambiental dos Estados Unidos, ligado à Administração Oceânica e Atmosférica (Noaa, na sigla em inglês) analisados preliminarmente pela Universidade do Maine e publicados na ferramenta Climate Reanalyzer.
A Noaa é uma das maiores autoridades de monitoramento do clima e, à agência de notícias AP, disse que não pode reconhecer os levantamentos diários porque faz apenas análises mais longas, mensais ou anuais.
“Reconhecemos que estamos em um período quente devido às mudanças climáticas e, combinado com o El Niño e as condições quentes do verão, estamos vendo temperaturas recordes de superfície quente sendo registradas em muitos locais em todo o mundo”, afirmou a instituição à AP.
Os recordes diários acontecem após uma sequência de marcas de calor extremo sendo superadas. Maio teve as temperaturas oceânicas mais altas registradas para o mês, enquanto em junho os recordes de temperatura do mar e do ar foram quebrados “por uma margem substancial”.
Na Antártida, mesmo em meio ao inverno do hemisfério sul, o gelo marinho atingiu sua menor extensão para junho desde o início das observações de satélite, ficando 17% abaixo da média.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, alertou em um discurso nesta quinta-feira (6) que as estatísticas recentes mostram que “as mudanças climáticas estão fora de controle”.
Ele disse que as emissões de gases-estufa continuam crescendo, mesmo que o necessário sejam metas climáticas mais ambiciosas. “Se insistirmos em adiar as medidas-chave que são necessárias, creio que estamos caminhando para uma situação catastrófica, como demonstram os dois últimos recordes de temperatura”, afirmou.
Com informações da Folhapress, por JÉSSICA MAES