Autópsia confirma morte de Juliana Marins por hemorragia após queda na Indonésia e Lula muda regra para custear traslado

Foto: resgatejulianamarins/Instagram
Foto: resgatejulianamarins/Instagram

As autoridades da Indonésia divulgaram, nesta sexta-feira (27), o resultado da autópsia da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, que morreu após cair de um penhasco durante uma trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok. O laudo revelou que Juliana sofreu traumas graves na região do tórax, costas e membros, e que morreu por hemorragia interna cerca de 20 minutos após a queda.

Segundo o médico legista Ida Bagus Alit, que conduziu o exame, não foram encontrados sinais de hipotermia, o que descarta a possibilidade de que a jovem tenha morrido por causa do frio enquanto esperava o resgate. “A principal causa da morte foram ferimentos na caixa torácica e nas costas”, afirmou em entrevista coletiva.

De acordo com ele, Juliana teve fraturas no tórax, ombro, coluna e perna, o que causou danos internos e sangramento. Também havia um ferimento na cabeça, mas sem sinais de hérnia cerebral, lesão que costuma aparecer horas ou dias após o trauma. “O volume de sangue no tórax e abdômen indica que ela faleceu logo após os ferimentos”, explicou o médico.

A morte de Juliana gerou comoção nas redes sociais e críticas ao tempo que o resgate demorou para chegar ao local. Equipes de busca só conseguiram encontrar o corpo da jovem quatro dias após o acidente, que aconteceu durante uma trilha no vulcão.

Durante a mesma coletiva, representantes da equipe de resgate da Indonésia voltaram a afirmar que o clima instável e a nebulosidade intensa dificultaram a operação, que exigia planejamento para não colocar em risco a vida de mais pessoas. O local é de difícil acesso e exigia cuidado redobrado.

Especialistas em resgates em áreas montanhosas ou de difícil acesso confirmam que esse tipo de operação pode levar dias, devido aos obstáculos naturais e à falta de estrutura técnica em regiões remotas.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Diante a repercussão do caso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a alteração no decreto 9.199, de 2017, que até então impedia o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) de custear o traslado de brasileiros mortos no exterior.

A mudança foi publicada no Diário Oficial da União nesta sexta (27) e permite que o governo assuma os custos quando a família não puder pagar, não houver seguro, o falecimento causar grande comoção ou quando houver verba disponível.

“O governo federal prestará todo apoio necessário à família de Juliana Marins, inclusive o translado ao Brasil”, escreveu Lula nas redes sociais.

A prefeitura de Niterói (RJ), cidade natal de Juliana, decretou luto oficial de três dias em homenagem à jovem. O prefeito Rodrigo Neves (PDT) afirmou que a cidade acompanhou o caso desde o início e buscou ajuda junto à Embaixada do Brasil na Indonésia, apesar das dificuldades de comunicação e da estrutura limitada da região.

“Juliana era uma jovem que amava Niterói e sonhava em descobrir o mundo. Que Deus conforte a família e os amigos neste momento de dor”, declarou Neves.

A prefeitura também anunciou que está preparando uma homenagem oficial à memória de Juliana. O corpo da jovem deve ser trasladado ao Brasil nos próximos dias, com apoio do governo federal.

 

Com informações do SBT News

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