“Você não tem ideia o quanto Pelé apanhava em campo”, relata Mestre Gonçalves

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Em sua humilde residência no bairro do Coophatrabalho, em Campo Grande, Francisco Gonçalves aos seus 82 anos, recebeu O Estado Online para uma conversa prazerosa com excelentes relatos de quando teve a oportunidade de ver pessoalmente o “Rei do futebol” mostrar sua elegância nos tempos de alistamento militar. Entre as milhares de fotos vem as boas lembranças e momentos inesquecíveis de quando esteve com o Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, pela Seleção Brasileira do Exército em 1959.

“Podemos dizer que hoje é muito difícil ter algum jogador parecido com as técnicas do Pelé em nosso futebol. Temos bons garotos, mas o Pelé era fora de série, um jogador completo que atuava em todas as posições de ataque, por isso que ele foi apelidado na época como “craque do século”, relata o ex-jogador.

“Mestre Gonça”, popularmente conhecido pelos sul-mato-grossenses, teve passagens por grandes clubes na época como Nacional (SP), Corinthians, São Bento e foi ídolo do Esporte Clube Comercial de Campo Grande, quando deixou o seu nome registrado na história do Colorado.

Ao lembrar dos momentos vividos pela Seleção Brasileira em 1959, Mestre Gonça foi enfático em dizer como era o temperamento do Rei Pelé dos gramados.  “Você não tem ideia o quanto Pelé apanhava em campo. Ele era um touro  fisicamente, forte e muito rápido. Teve um momento no jogo da Argentina que ele apanhou tanto, quando resolveu devolver as entradas, deu uma entrada no meio do argentino que chegou a ser expulso do jogo”, comenta o momento inusitado ao lembrar da partida vencida pelo Brasil por 2 a 1.

Naquelas lembranças inesquecíveis que passavam em sua memória, Gonçalves citou um momento inusitado que marcou nessa partida.  “Nesses jogos, principalmente contra a Argentina, o Pelé apanhava demais. Ele era muito gente boa, ajudava cada um no elenco. Em 1958, Pelé era campeão do mundo e o resto do elenco não tinha ganhado nada, olhávamos o Pelé apanhando em campo, o sangue fervia e a gente ia para cima dos caras. A gente bateu à vontade nos argentinos, por isso que gostava demais de jogar contra eles”, citou com um leve sorriso no rosto.

A história está registrada na aparência de Mestre Gonça que mostrou ter muito orgulho de representar a Seleção Brasileira do exército no momento em que os brasileiros estavam mais envolvidos com a  amarelinha.

“Disputamos muitos jogos com seleções sul-americanas no estádio do Nilton Santos e quando éramos convidados, a gente já sabia que tinha poucas oportunidades de estar  naquele lugar. Foi uma experiência inesquecível quando entrávamos no campo e via as pessoas em êxtase nas arquibancadas. Aquilo marcou demais o nosso elenco”, diz Gonçalves.

O tempo passou, mas as saudades ficaram na memória de Gonçalves, que mostrou um pouco de incômodo com a falta de contato com o elenco que ficou marcado para sempre em sua vida. “Quando olho as fotos, bate uma enorme saudade dessa época. Logo após o alistamento militar, todo mundo sumiu e perdemos contato. Adoraria muito saber como todos estão nos dias de hoje”, finaliza.

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