A cena esportiva brasileira encontra-se em um momento de tensão, onde a política e a paixão pelo skate se entrelaçam. A World Skate (WS), entidade internacional que governa modalidades como skate e roller sports, definiu uma regra a ser implementada a partir de 2024: cada país deve ter apenas uma entidade nacional filiada. No Brasil, esse cenário coloca em xeque a posição da Confederação Brasileira de Skate (CBSk) e da Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP).
A disputa ganhou os holofotes recentemente, quando diversos nomes proeminentes da comunidade do skate brasileiro adotaram uma estratégia unificada nas redes sociais. Uma imagem enigmática com fundo preto e as hashtags “SomosTodosCBSk” e “SomosTodosSkateboarding” começou a circular. Rayssa Leal, campeã mundial, utilizou seus stories no Instagram para esclarecer a situação aos seus seguidores, destacando a importância da CBSk como representante legítima do skate no país.
A origem dessa controvérsia remonta a 2016, quando o skate foi adicionado ao programa olímpico. O Comitê Olímpico Internacional (COI) designou a antiga Federação Internacional de Roller Sports (FIRS) como a entidade responsável. No Brasil, a CBHP, já afiliada à FIRS, foi inicialmente encarregada da gestão do esporte. Contudo, os skatistas, insatisfeitos com a falta de histórico da CBHP no universo do skate, mobilizaram-se para que a CBSk fosse reconhecida como a administradora legítima da modalidade no país.
Desde então, mudanças na estrutura da FIRS, que agora atende pelo nome de World Skate (WS), impõem um desafio adicional. Em 2022, a WS determinou que cada país deve ter apenas uma federação nacional filiada. Caso as entidades nacionais não cheguem a um acordo, a WS reserva-se o direito de consultar autoridades nacionais para determinar a entidade afiliada.
A comunidade do skate no Brasil tem mobilizado esforços para manter a modalidade sob a gestão da CBSk. Em fevereiro de 2023, os skatistas rejeitaram a possibilidade de fusão com a CBHP, reiterando que a CBSk é a entidade que os representa. No entanto, diante da falta de uma resolução definitiva, os atletas manifestaram preocupações quanto à possibilidade de o skate ser gerido pela CBHP.
O Observatório do Treino Desportivo (OTD) entrou em contato com a CBSk, que informou ter comunicado o Comitê Olímpico do Brasil (COB) sobre a situação em março de 2023. Até o momento, o COB não emitiu uma resposta oficial. Nos últimos dias, a CBSk também notificou o Ministério do Esporte e aguarda um posicionamento.
Em meio a esse cenário, a CBSk divulgou um vídeo onde o presidente, Duda Musa, e o vice, Eduardo Dias, defendem a posição da confederação em suas redes sociais:
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