Com cariocas no elenco, Operário desafia clube da Série A
O Operário entra em campo nesta quarta-feira (6), às 14h (de MS), no Estádio Luso-Brasileiro, no Rio de Janeiro (RJ), para enfrentar o Flamengo pela terceira fase da Copa do Brasil feminina. Em caso de empate, a vaga para as oitavas de final será decidida em disputa de pênaltis.

Lorrayne, goleira alvinegra, terá
torcida da família na cidade natal – Foto: Roberta Martins
A partida marca o retorno da única equipe de Mato Grosso do Sul – tanto no masculino como no feminino – ainda em alguma competição da categoria principal da CBF desta temporada. O time campo-grandense volta aos gramados após quase dois meses sem compromissos oficiais, já que o último jogo foi em 14 de junho, pela Série A3 do Brasileiro.
A partida de hoje representa um marco inédito na história do clube, que pela primeira vez chega tão longe em uma competição nacional. A goleira Lorraine, que brilhou na classificação sobre o Remo-PA ao defender o último pênalti das adversárias, reforça a confiança do grupo.
“O Flamengo não é bicho de sete cabeças. Estamos fazendo uma campanha sólida, com muita entrega. Vamos buscar a vitória”, afirma a operariana, à reportagem de O Estado, durante o treino de sábado (2), na Toca do Jacaré, em Campo Grande. Carioca, ela celebra a chance de jogar novamente em sua cidade natal. “Já enfrentei o Flamengo no Campeonato Carioca, quando jogava no Duque de Caxias. Agora vai ser especial voltar com o Operário, com minha família perto, apoiando.” O elenco embarcou na tarde de ontem para a capital fluminense.
A equipe conta também com a experiência de outras jogadoras que já enfrentaram o Rubro-Negro. “Sou do Rio, joguei três anos no Flu e já encarei o Flamengo algumas vezes. É um time forte, mais estruturado, mas nossas meninas estão focadas. Para muitas aqui, essa é uma importante vitrine”, diz a meio-campista Rivena, ex-Fluminense. Fora de campo devido a uma lesão no tendão de Aquiles, ela continua junto ao grupo, como espécie de conselheira. “Cheguei ao meu limite físico e agora preciso operar para voltar a jogar, mas sigo ao lado delas, apoiando, passando confiança.”
Com 7 gols, soteropolitana é referência
No ataque, Aissa é uma das principais referências. Com sete gols na temporada, ela vive seu melhor momento no clube e encara o primeiro jogo oficial no Rio. “Estamos confiantes, treinando muito, bem entrosadas. Sabemos da responsabilidade, mas também sabemos o quanto batalhamos para chegar até aqui”, afirma.
A preparação para o jogo tem sido intensa. Segundo Rivena, o elenco alterna treinos físicos e técnicos em diferentes turnos. “Temos dois dias com academia e campo à tarde, nos outros treinamos pela manhã. O grupo está muito comprometido.”
O Galo iniciou sua campanha com vitória por 1 a 0 sobre o Mixto, fora de casa. Depois, enfrentou o Remo, em Belém, e garantiu a classificação nos pênaltis (4 a 3) após empate por 1 a 1 no tempo normal.
Com campanha já histórica, elas sonham com mais
Enquanto o Flamengo estreia diretamente nesta fase, por estar na elite do futebol brasileiro, o Operário teve de trilhar um caminho mais longo. A campanha até aqui já é vista internamente como um marco. “Nosso nome já está na história do clube. Chegamos à três fases da Copa do Brasil, às quartas de final no Brasileiro. Agora temos mais um desafio”, afirma Hackney Felipe, auxiliar técnico e preparador de goleiras.
Ele conhece bem o ambiente do adversário. Carioca, ele retorna ao Rio de Janeiro com foco no jogo, mas pretende aproveitar para reencontrar amigos. “É um momento especial, claro, mas o centro de tudo é a partida.”
Apesar disso, o clube sul-mato-grossense tem motivos para confiar. No Brasileiro A3, terminou a fase de grupos na segunda colocação, atrás do Vila Nova (GO), e passou por adversários como Cresspom (DF) e Operário (MT). Eliminou o Galvez (AC) na segunda fase e foi superado nas quartas de final pelo time goiano por 3 a 2 no agregado, a um passo de conquistar o acesso à Série A2. O Vila Nova disputa a final da Série A3 no próximo sábado (9), contra o Piauiense.
A possível classificação contra o Flamengo teria repercussões além do resultado em campo. Representaria um feito inédito para o clube e daria novo impulso ao futebol feminino no Estado, que enfrenta limitações estruturais e de visibilidade. “Sabemos das diferenças técnicas e físicas entre os clubes, mas acreditamos no trabalho. Futebol se vence jogando. E é isso que vamos fazer”, resume Hackney.
Rubro-negras favoritas
A Copa do Brasil não era realizada desde 2016 e teve, em 2007, um título para Mato Grosso do Sul, com o Saad São Caetano, equipe paulista que, à época, tinha sede em Campo Grande.
O Flamengo, por sua vez, chega embalado pela campanha no Campeonato Brasileiro. O time terminou a primeira fase da Série A1 em quarto lugar, atrás apenas de Cruzeiro, Corinthians e São Paulo, e enfrenta o Palmeiras nas oitavas de final, nos dias 10 e 17 deste mês.
Demais confrontos
– 5 de agosto, terça-feira
14h: Atlético-PI x São José-SP
14h: Juventude-RS x Fortaleza-CE
14h: Sport-PE x Manaus-AM
16h: Red Bull Bragantino-SP x Botafogo-RJ
– 6 de agosto, quarta-feira
14h: Avaí/Kindermann-SC x Palmeiras-SP
14h: Coritiba-PR x Ferroviária-SP
14h: Bahia-BA x Grêmio-RS
14h: Real Brasília-DF x Atlético-MG
14h: América-MG x Santos-SP
14h: Pinda-SP x Realidade Jovem-SP
18h: Internacional-RS x 3B da Amazônia-AM
18h30: Vasco-RJ x São Paulo-SP
18h30: Cruzeiro-MG x Corinthians-SP
19h: Mixto-MT x Vitória-BA
– 7 de agosto, quinta-feira
14h: Fluminense-RJ x Brasil de Farroupilha-RS
Por Melissa Ramos
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