FIG encerra proibição de Rússia e Bielorrússia, permitindo que atletas compitam como “neutros” em 2024

Foto: Dina e Arina Averina são irmãs gêmeas e competiram em Tóquio, e já manifestaram apoio a Putin./FIG
Foto: Dina e Arina Averina são irmãs gêmeas e competiram em Tóquio, e já manifestaram apoio a Putin./FIG

A Federação Internacional de Ginástica (FIG) decidiu nesta última quarta-feira (19) ao encerrar a proibição imposta a Rússia e Bielorrússia e readmitir os atletas dos dois países sob a condição de “atletas neutros individuais”. Esta medida foi adotada no início de 2022 devido aos ataques de ambos os países ao país da Ucrânia, onde a FIG proibiu todos os atletas a competirem em todas as competições internacionais sob custódia da FIG.

A decisão da entidade esportiva foi de considerar elegíveis para a obtenção do status de “atleta neutro individual” são apenas as ginastas “sem qualquer envolvimento ou associação com a Federação Russa, ou a República da Bielorrússia, suas respectivas Federações Nacionais ou Comitês Olímpicos Nacionais”. Isso visa garantir que apenas atletas que estejam completamente desvinculados de qualquer atividade ou organização relacionada ao apoio a guerra na Ucrânia, representem os países em competições internacionais.

Com a decisão da FIG, atletas russos e bielorrussos terão a oportunidade de competir sob uma bandeira neutra nos eventos programados para 2024. Contudo, a decisão final sobre se irão lutar pelo lugar olímpico caberá ao Comitê Olímpico Internacional (COI). A FIG estabeleceu que os atletas interessados devem enviar solicitações para obter sua condição de ‘atleta neutro’, ou seja, desde que se posicionem contra a guerra. Aqueles que forem admitidos poderão participar dos eventos da FIG a partir de 01/01/2024. O órgão  irá verificar se o atleta cumpre com os requisitos, para assim, competir. A organização ainda irá finalizar esses requisitos e publicar no site oficial ao longo desta semana.

Contrapontos

As atuais atletas russas de todas as modalidades de ginástica atuam sob a influência de diversos fatores para poderem praticar o seu esporte, sendo o maior deles a política da Rússia. O esporte está intrinsecamente ligado à Rússia, assim como a política. Os ginastas que treinam competem na Rússia e recebem financiamento proveniente de fontes políticas, tornando difícil para qualquer atleta se posicionar contra a situação na Ucrânia.

A treinadora de Ginástica Rítmica da Federação Russa, Irina Viner, é atualmente casada com um dos apoiadores financeiros da Rússia. As maiores referências da ginástica rítmica no país, Arina e Dina Averina, já se posicionaram a favor da guerra publicamente no ano passado ao aparecerem com a letra Z estampada no peito. Além disso, as atletas bielorrussas treinam em centros de treinamento militar, onde soldados bielorrussos e russos são comandados pelos governos dos dois países para futuras ações no território ucraniano.

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