Maior pontuadora do Mundial de Vôlei feminino de 2022, a oposta Paola Egonu chorou depois de receber a medalha de bronze, neste sábado (15), e cogitou se aposentar da seleção da Itália, segundo o jornal Corriere Della Sera. O problema estaria relacionado a ofensas racistas.
“Você não consegue entender. Eles me perguntam por que eu sou italiana. Estou cansada. Este é o último jogo”, disse a jogadora de 23 anos a seu empresário, de acordo com a publicação. A jogadora de ascendência nigeriana já havia sido alvo de injúrias raciais no país.
A frase foi captada a partir de um vídeo gravado com um celular ainda dentro do ginásio, após a decisão do terceiro lugar. Eliminada pelo Brasil na semifinal, a Itália venceu os Estados Unidos na disputa, por 3 sets a 0, com 25 pontos de Egonu.
De acordo com o Corriere, as palavras sugerem relação com a questão racial, mas não fica claro a quem a jogadora se referia.
Mais tarde, em entrevista na zona mista a jornalistas, Egonu cogitou uma licença da seleção. “Não sei se vou continuar. Posso fazer uma pausa. Haverá tempo para pensar nisso”, afirmou.
Em outro vídeo publicado nas redes sociais, Egonu aparece chorando abraçada à líbero Monica De Gennaro.
“Apesar das dificuldades, é o melhor momento deste Mundial, e estou feliz por compartilhar isso com as minhas companheiras. Sem elas eu não seria ninguém. Elas me entendem e me apoiam. Sabem que sou jovem e também posso ter meus momentos negativos”, acrescentou Egonu.
A jogadora é filha de um casal de nigerianos imigrantes e nasceu em Cittadella, no norte da Itália.
A jogadora já disputou duas Olimpíadas pela Itália e foi vice-campeã mundial com a seleção na edição anterior do torneio, em 2018, tendo sido eleita como melhor oposta.
Na atual edição do Mundial, Egonu marcou 275 pontos em 12 partidas, 30 deles na semifinal contra o Brasil.
Com informações da Folhapress