Reta final de campanha consolida ataques entre Riedel e Contar

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Imagem: O Estado Online

Candidato do PRTB fala em corrupção; tucano critica falta de proposta

Faltando pouco mais de uma semana para o dia 30 de outubro, onde ocorre o segundo turno das eleições, nesta reta final há consolidação de campanhas com ataques sistemáticos entre os candidatos ao governo Eduardo Riedel (PSDB) e Capitão Contar (PRTB). As acusações vão desde quem é “mais bolsonarista” a propagandas eleitorais denunciadas na Justiça Eleitoral, com indicações de serem fake news, de ambos os lados, sendo julgados semanalmente.

Entre os temas de ataques estão situações envolvendo investigações de corrupção, apoios e alianças com políticos que já foram presos, ou investigados pela Polícia Federal e por assédio sexual. Barraco é o que não falta e a baixaria vai se alongar até o último dia de campanha no rádio e na TV em 28 de outubro.

Na campanha nacional não está diferente, enquanto Jair Bolsonaro (PL) chegou a ser acusado até de comentário pedófilo por conta da frase “pintou um clima” sobre meninas venezuelanas de 13 e 14 anos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é chamado pela campanha do presidente de aliado de bandidos e detentos. Ambos se acusam de serem mentirosos e de usarem fake news.

Em Mato Grosso do Sul, o comentário do momento, e já usado pelos tucanos, é o fato de o candidato Capitão Contar ter faltado ao primeiro debate, e a entrevista com a TVE. Com todo esse burburinho em torno de suas novas alianças e o não comparecimento no primeiro debate, o candidato Capitão Contar disse, durante entrevista no programa “Capital Meio Dia”, ontem (18), que não compareceu por estratégia de campanha. “Eu quero ver falarem sobre as narrativas que estão fazendo em cima da minha candidatura. Falando que eu estou fazendo caixa dois, que eu vou paralisar obras, e dizendo por aí que minha campanha está cheia de corrupção. Estão apelando e falando sobre minha família com vídeos e cortes; criando situações que não existem. Isso é desrespeito. Quero que depois de tudo isso passar essas pessoas sejam responsabilizadas. Ir ou não a debates é estratégia de campanha e não desrespeito às pessoas. O candidato Tarcísio lá em São Paulo anunciou que também não vai em mais nenhum debate. Não vejo isso como desrespeito ao eleitor.”

Contar alegou que tem 12 processos contra os adversários políticos na esfera criminal, e 75 processos contra fake news. “O meu jurídico não para de trabalhar. O debate é estratégia de campanha, ponto. Tenho 11 dias para correr atrás do eleitor e atrás de 800 mil votos. Preciso ir atrás do eleitor e visitar as cidades que ainda não tive tempo. Diante de tantas sabatinas, entrevistas e debates, eu optei para ir ao povo e abraçar aqueles que querem. Estou com centenas de convites e não vou ficar preso num debate em que, na última vez, minha família foi maltratada”, disse o candidato Contar.

Contar ainda rebateu apoios como o do ex-prefeito Gilmar Olarte, que gravou vídeo dizendo que vota nele “É um safado. Mentiroso. Eu recuso apoio desse cara. Veio a público difamar a minha esposa. Uma barbaridade. Nitidamente foi comprado e recebeu alguma coisa para estar fazendo isso. Recuso apoio desse cara.”

Ontem, a campanha de Contar destacou que o desembargador Vladimir Abreu da Silva mandou retirar do ar duas propagandas, que afirmam sua aposentadoria aos 34 anos de idade e existência de alianças entre ele e os ex-candidatos André Puccinelli (MDB) e Marquinhos Trad (PSD). O prazo para cumprir a determinação é de 24 horas sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil.

Contar disse, durante a entrevista, que tem experiência administrativa, após 17 anos trabalhando no setor de logística do Exército. Ele afirma que, se for eleito, seu secretariado vai ser técnico. “Tenha a certeza de que o meu secretariado será formado por pessoas técnicas, desvinculadas da política, que não tenham em suas digitais a corrupção. Serão pessoas experientes. E que já atuaram nas áreas específicas. Essa vai ser a cara do governo do Capitão Contar.”

O candidato disse ainda que, se eleito, vai estabelecer boa política de diálogo com os deputados da Assembleia Legislativa e com os prefeitos de MS. Sobre a relação com o próximo presidente da República, ele não quer crer que Jair Bolsonaro pode ser derrotado, e sequer pensa em como será, caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegue ao poder. “Não consigo imaginar nosso país tendo um presidiário voltando à cena do crime. Não tenho essa resposta, e não consigo imaginar como seria caso ele fosse eleito. O que eu puder fazer para blindar o MS da péssima influência desse cidadão aí será feito.”

Riedel

Eduardo Riedel aproveitou todo o tempo em que participou do debate de segunda- -feira sozinho para enfatizar que Contar não respeitou o eleitor. “É preciso respeitar o eleitor. O debate é oportunidade de demonstrar quem está preparado, onde o eleitor pode comparar e definir seu voto. Além de respeito para com os veículos de imprensa, que lançam mão de toda uma logística e infraestrutura para organização dos debates, eles são uma excelente oportunidade de apresentar à sociedade nossas propostas para um novo futuro para Mato Grosso do Sul”, afirmou Eduardo Riedel, que participa nesta quarta-feira (19) do debate produzido pelo SBT-MS e Portal Topmídia News.

Riedel rebateu os ataques ao governador Reinaldo Azambuja. “Todo dia em rede social o senhor absolutamente de forma covarde ataca o governador Reinaldo Azambuja, mas conta com a ex-vice-governadora Rose Modesto e ex -secretários que foram importantes na gestão. Até o slogan do Reinaldo na primeira campanha está usando. Agora, anuncia a continuidade, não anuncia seu plano de governo. Não é muita contradição?”

Sobre a questão nacional, o tucano ainda citou que está convicto de que o próximo presidente do Brasil será Jair Bolsonaro, mas reforçou que, caso isso não ocorra, estará preparado para dialogar com Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Temos de estar preparados para qualquer situação. Aprendi em minha vida como gestor, tanto na iniciativa privada como no governo, que temos que aprender a governar na adversidade. Passamos por uma crise econômica, pela pandemia, e nos saímos bem de todos estes processos, com equilíbrio e capacidade de ouvir e dialogar”, afirmou.

Por Rayani Santa Cruz – Jornal O Estado do MS

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