Remédios estimulantes para o Enem não garantem bom desempenho na prova

Foto: Freepik
Foto: Freepik

Com a proximidade das provas do Enem, muitos estudantes buscam maneiras de otimizar seu desempenho, e alguns têm recorrido a remédios estimulantes na esperança de obter uma vantagem cognitiva. Contudo, especialistas alertam que essa prática pode ser mais prejudicial do que benéfica.

O uso de medicamentos como a Ritalina, originalmente prescrita para tratar Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), tem se tornado comum entre estudantes saudáveis em busca de um impulso nos estudos. No entanto, segundo o professor de biologia Paulo Jubilut, fundador da plataforma de educação Aprova Total, a ideia de que esses remédios transformam o cérebro em uma máquina de aprendizado é uma ilusão.

Em um estudo recente publicado na revista Science Advances, intitulado “Not so smart? ‘Smart’ drugs increase the level but decrease the quality of cognitive effort” (“Não é tão inteligente? Drogas ‘inteligentes’ aumentam o nível mas diminuem a qualidade do esforço cognitivo”), pesquisadores analisaram o impacto de três medicamentos comumente utilizados: Ritalina, dexanfetamina e Modafinil.

Os participantes do estudo, ao tomarem esses medicamentos, mostraram um aumento na dedicação à tarefa, mas paradoxalmente, observou-se uma queda na qualidade do desempenho em comparação com o uso de placebo. Em outras palavras, embora os voluntários se esforçassem mais, a eficácia cognitiva diminuía com o uso desses estimulantes.

Paulo Jubilut destaca que a pesquisa reforça a ideia de que esses medicamentos não são projetados para melhorar o desempenho acadêmico. “É importante lembrar que se sentir motivado e alerta é diferente de desempenhar um bom trabalho”, enfatiza o professor. Ele ressalta que os remédios são essenciais para aqueles com TDAH, e a escassez desses medicamentos nas farmácias pode prejudicar quem realmente necessita deles.

O professor enfatiza a existência de métodos mais saudáveis e comprovados para estimular o aprendizado. “Exercitar-se, manter uma alimentação e hábitos saudáveis pode, de fato, estimular nosso cérebro”, afirma Jubilut.

É importante salientar que o diagnóstico para a utilização de medicamentos como a Ritalina deve ser realizado apenas após uma avaliação rigorosa por um profissional de saúde qualificado. O uso indiscriminado dessas substâncias pode acarretar sérios riscos à saúde, além de não garantir os resultados desejados pelos estudantes em busca de uma vantagem no Enem.

Com informações de Juliana Possas

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Leia mais:
https://oestadoonline.com.br/cotidiano/recebe-bolsa-familia-familias-unipessoais-de-corumba-devem-realizar-atualizacao-do-cadastro/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *