Sindicato aciona MPT para evitar falta de pagamento a funcionários

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Foto: Nelson Figueiredo/O Estado MS

Garantia do salário e dos direitos trabalhistas está entre os pedidos 

A crise financeira que a Americanas tem enfrentado, ainda não resultou em demissões em Campo Grande. No entanto, a situação preocupa e ameaça o setor. Com isso, o SEC (Sindicato dos Empregados do Comércio em Campo Grande) foi até o MPT- MS (Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul) tentar garantir os direitos dos funcionários da rede varejista em Campo Grande. 

“Neste momento, temos a obrigação de pedir ajuda ao MPT-MS, realizar fiscalizações e alertar os profissionais de seus direitos. Estamos fiscalizando desde o salário para ter a certeza que o pagamento está em dia para os funcionários. Pois, são diversas famílias que dependem desses servidores. Sendo assim o SEC irá esperar a resposta do Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul para que haja alguma solução para a categoria. O Sindicato está intervindo para que a situação entre em um acordo para todos”, disse o presidente do sindicato, Carlos Santos. 

Na Capital são cinco lojas, sendo que em três, segundo Carlos, são 200 funcionários. “A Americanas possui três lojas na cidade que se caso houver o fechamento da empresa serão 200 funcionários diretamente e indiretamente desempregados. Apenas em uma das lojas que fica localizada no centro de Campo Grande, trabalham 40 pessoas. Será um cenário preocupante para esses trabalhadores”, afirma Carlos. 

Ainda de acordo com o presidente do SEC, foi informado ao sindicato que houve uma reunião com a diretoria da lojas Americanas, no qual, foi repassado que as lojas não irá ter demissão em massa. “Eles afirmaram que não haverá demissões e, que se caso alguma loja venha fechar na cidade, o trabalhador será realocado para a loja central”, completa.

Estoque

Além do emprego, os funcionários estão preocupados, pois, a loja não possui mais estoque. “Trabalhadores relataram que não têm mais produtos para vender, apenas o que está sendo comercializado na loja”. 

No último sábado (4), a reportagem compareceu em duas lojas, uma na Avenida Júlio de Castilho e outra na Rua 14 de Julho. Na Júlio de Castilho, de oito caixas instalados, somente um realizava o atendimento. Entre algumas gôndolas vazias é possível observar a ausência de produtos, como chocolate e salgadinhos. Já na unidade da Rua 14 de Julho, dos dez caixas instalados, somente três estavam funcionando. Entre as mercadorias expostas, algumas contam com pouca quantidade, ao passo que outras, como, por exemplo, desodorantes e biscoitos, já deixam espaços vazios nas prateleiras. 

Entenda

A descoberta de inconsistências contábeis no balanço fiscal do grupo Americanas, no começo de janeiro, resultou no pedido de demissão do presidente Sérgio Rial e do diretor de relações com investidores André Covre. O rombo inicial previsto para a empresa era de R$ 20 bilhões, no entanto, agora, já chega a um montante de R$ 43 bilhões. 

A notícia gerou uma queda imediata de mais de 70% nas ações da Americanas cotadas na Bolsa de Valores. 

No dia 19 de janeiro, a Americanas entrou com pedido de recuperação judicial, alegando que a crise pode afetar até mesmo o preço dos ovos de Páscoa. Outro motivo citado pela varejista são os 100 mil empregos que geram e a quantidade de consumidores que usam os serviços prestados pelo grupo. 

A empresa diz ainda que sua relevância pode ser vista por ter sido uma das principais parceiras comerciais do BBB (Big Brother Brasil). 

Em reunião na segunda- -feira (30) com lideranças da Força Sindical, os ministros do Trabalho, Luiz Marinho, e da Previdência, Carlos Lupi, discutiram a situação dos empregos dos trabalhadores da rede de varejo Americanas. 

Os sindicalistas querem participação direta do Ministério do Trabalho nas negociações para garantir os direitos e a renda das mais de 44 mil pessoas envolvidas na operação da empresa. 

Marinho disse que a pasta seguirá acompanhando a questão da recuperação judicial e a situação dos empregados para a preservação dos empregos. “Ele ficou de fazer uma reunião já esta semana, chamar a empresa e tentar achar caminhos que assegurem, garantam os empregos e a continuidade do negócio, mas ele vai nos informar”, finaliza. 

Por Marina Romualdo  – Jornal O Estado do MS

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