Setor de serviços de MS termina 2024 abaixo da média nacional

Foto: João Buchara
Foto: João Buchara

Queda no setor afeta turismo, gastronomia, aluguel e segurança

Em um ano turbulento para a economia nacional, Mato Grosso do Sul terminou o ano com uma queda significativa para o setor de serviços. O Estado apresentou uma redução de 6,5% em comparação a média nacional do país. Os dados divulgados pela PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) na última quarta-feira (12) demonstram que áreas voltadas ao turismo, aluguel, alimentação e até mesmo educação foram afetados com essa retração.

No cenário nacional do setor, Brasil encerrou o ano com ganhos pelo quarto ano consecutivo, mas indicou perda de ímpeto no fim do ano com uma retração inesperada em dezembro. Em dezembro, o volume de serviços recuou 0,5% na comparação com novembro, e teve ganho de 2,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O setor encerrou o ano com ganhos acumulados de 3,1%, com taxas anuais positivas, o que nunca havia ocorrido na série histórica iniciada em 2012. Segundo o IBGE, entre 2021 e 2024 o setor acumulou ganhos de 27,4%.

Ao longo do ano passado, os prestadores de serviços se beneficiaram da solidez do mercado de trabalho e do aumento da renda, contribuindo de maneira positiva para o crescimento do PIB, embora isso tenha gerado preocupações em relação ao efeito inflacionário. No entanto, apenas nos últimos dois meses de 2024, ocorreu uma queda acumulada de 1,9% no volume de serviços, o que pode sugerir uma certa fraqueza alinhada à desaceleração da economia, em um cenário de política monetária restritiva, com a taxa Selic fixada em 13,25% e expectativas de novos aumentos.

Análise do economista

O economista Eduardo Matos explica que o setor de serviços sofreu algumas quedas no cenário nacional durante o ano, mas em Mato Grosso do Sul essa queda foi ainda mais acentuada. “Isso tem impacto direto na economia do Estado, especialmente no que diz respeito ao emprego, uma vez que o setor de serviços é a principal base econômica e responsável por uma grande parte da geração de empregos. Esse cenário cria um ciclo vicioso: com a desaceleração da economia, o consumo diminui, o que é agravado por questões macroeconômicas, resultando em um baixo desempenho do setor de serviços. Isso, por sua vez, leva à redução da renda da população e ao aumento do desemprego, perpetuando o ciclo de dificuldades econômicas”. Para Eduardo, um dos fatores que levou está redução em todo o país está associado a taxa de juros e as restrições de crédito aos comerciantes.

Segundo o economista, devido ao cenário desafiador imposto pelo COPOM, que visa reduzir a atividade econômica, estimular uma recuperação será difícil. No entanto, os empresários podem adotar medidas para mitigar esse impacto e evitar o fechamento de suas empresas. “Algumas ações importantes incluem o controle rigoroso das finanças e, para as empresas menores, embora não seja obrigatório, o uso de instrumentos contábeis como balanços e DRE (Demonstrativo de Resultados do Exercício). Esses documentos são essenciais para uma análise mais precisa da situação financeira, permitindo decisões baseadas em números e dados concretos. Além disso, o controle financeiro, o planejamento adequado e a contenção de gastos desnecessários são fundamentais”. O especialista enfatiza que todos os gastos dentro de uma empresa devem ter como objetivo o aumento das vendas. Por isso, é crucial que os comerciantes analisem cuidadosamente a estrutura de custos e identifiquem aqueles que não geram contribuição para as vendas, para que possam ser eliminados de forma estratégica. (com informações da Folha de São Paulo)

Por João Bucharacom om informações da Folha de São Paulo

 

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