Serviços crescem 0,6% em setembro e acumulam alta de 3,3% em oito meses, aponta IBGE

Foto: Marcos Maluf/Arquivo
Foto: Marcos Maluf/Arquivo

Setor supera em 19,5% o nível pré-pandemia e registra maior patamar da série histórica, impulsionado pelos transportes

O setor de serviços, o que mais emprega no país, atingiu em setembro o maior nível de atividade já registrado. Impulsionado pelo transporte de cargas e o aéreo de passageiros, o setor cresceu 0,6% em relação a agosto, acumulando alta de 3,3% nos últimos oito meses consecutivos de expansão. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quarta-feira (12) pelo IBGE  (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com o desempenho de setembro, os serviços estão 19,5% acima do patamar pré-pandemia de covid-19 (fevereiro de 2020) e 4,1% acima do nível registrado em setembro do ano passado. No acumulado de 12 meses, o crescimento é de 3,1%. Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, houve variação positiva de 0,9%.

Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, o resultado tem sido impulsionado pelo grupamento de transportes, armazenagem e correio, responsável por 36,4% do índice total, que cresceu 1,2% em setembro.

“Logística de transportes cresce em função da maior comercialização de mercadorias adquiridas em plataformas de comércio eletrônico, o que acaba movimentando o armazenamento de mercadorias, a logística e o transporte até o consumidor final”, explicou Lobo.

O pesquisador também destacou que a safra recorde de 2025 tem ampliado o escoamento de cargas, especialmente no modal rodoviário.

“Há uma correlação direta do aumento da receita das empresas do transporte de cargas com o aumento do escoamento da safra agrícola”, afirmou.

Além dos transportes, cresceram os serviços de informação e comunicação (1,2%) e outros serviços (1,6%). Em contrapartida, houve queda em serviços prestados às famílias (-0,5%) e serviços profissionais e administrativos (-0,6%).

O setor de serviços é considerado um termômetro da economia brasileira, reunindo 166 tipos de atividades — entre elas turismo, tecnologia da informação, salões de beleza e restaurantes. A sequência de oito altas mensais iguala o período entre fevereiro e setembro de 2022, quando o país ainda se recuperava da pandemia, mas com uma expansão acumulada maior, de 5,6%.

Nos oito meses de 2025, o resultado de setembro foi o segundo mais forte, ficando atrás apenas de fevereiro (0,9%).

Turismo em alta

O índice de atividades turísticas (Iatur) teve variação positiva de 0,1% em setembro, frente a agosto. No acumulado do ano, o avanço é de 5,7%, e em 12 meses, de 6,6%. O segmento está 11,5% acima do nível pré-pandemia e 2% abaixo do recorde histórico alcançado em dezembro de 2024.

Lobo associa o desempenho ao crescimento do transporte aéreo de passageiros, favorecido pela queda no preço das passagens e melhora da renda das famílias.

“Com certeza este crescimento acumulado está atrelado ao desempenho do transporte aéreo de passageiros”, observou.

Entre as capitais, Belém teve a maior alta, de 4,9%, na passagem de agosto para setembro — movimento que pode estar ligado à antecipação de reservas de hospedagem devido à COP30, que ocorre neste mês na cidade.

O índice de turismo engloba 22 das 166 atividades de serviços monitoradas, como hotéis, agências de viagens e transporte aéreo, e abrange 17 unidades da federação, incluindo Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Goiás, Pará e Distrito Federal.

*Com informações da Agência Brasil

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