Senado aprova Gabriel Galípolo como novo presidente do Banco Central com votação expressiva

Foto: reprodução/Agência Senado
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Na terça-feira (8), o Senado Federal aprovou a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central (BC) em uma votação aprovada. Com 66 votos a favor e apenas 5 contrários, o nome indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva obteve apoio expressivo, superando com folga os 41 votos necessários para a confirmação. Galípolo assumirá a carga em janeiro de 2025, substituindo Roberto Campos Neto, que segue no comando do BC até o final deste ano. O mandato do Galípolo será de quatro anos, com termo previsto para 2028.

A comunicação em plenário ocorreu no mesmo dia em que o economista passou pela sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A sabatina, que faz parte do processo formal de indicação, contou com a participação de 26 senadores, todos votando a favor de Galípolo, sem ressalvas. Durante o processo, ele respondeu a diversas perguntas sobre sua experiência e sua visão para o futuro da política monetária do país, além de abordar questões sobre a possível interferência política no BC.

Um dos temas mais discutidos durante a sabatina foi a autonomia do Banco Central e a possibilidade de influência política no comando da instituição. Galípolo negou enfaticamente que sofreu qualquer pressão por parte do presidente Lula durante seu período como diretor de política monetária ou após sua indicação para a presidência do BC.

“A verdade é que eu nunca sofri nenhuma pressão. Seria muito leviano da minha parte dizer que o presidente Lula fez qualquer tipo de pressão em cima de mim, sobre qualquer tipo de decisão”, afirmou Galípolo. Ele também destacou que o presidente sempre lhe garantiu liberdade para tomar decisões de acordo com sua própria justiça, sem interferência política. “Eu nunca lhe perguntarei antes, jamais farei qualquer tipo de interferência. Você terá toda a liberdade para tomar decisão”, completou.

Outro ponto abordado durante a sabatina foi a regulação das apostas esportivas, as chamadas bets. Recentemente, o Banco Central divulgou dados que mostraram que os beneficiários do programa Bolsa Família gastaram mais de R$ 3 milhões em jogos de aposta em apenas um mês, gerando preocupação sobre o impacto desse tipo de atividade econômica. Galípolo, no entanto, ressaltou que a regulação das apostas não é uma atribuição do Banco Central.

“O Banco Central não versa ou não tem qualquer tipo de atribuição sobre a regulação de apostas. Não é o papel do Banco Central. A discussão em si é justamente sobre o tema, qual o impacto das apostas do ponto de vista de consumo e para a atividade econômica do país”, explicou.

Desafios para o novo comando

Gabriel Galípolo assume o Banco Central em um momento delicado para a economia brasileira, com desafios ligados à inflação, taxas de juros e à recuperação econômica pós-pandemia. Apesar das projeções externas e políticas, Galípolo se comprometeu a manter a autonomia do BC e garantir decisões técnicas focadas no controle da inflação e na estabilidade financeira do país.

A transição de poder no Banco Central será acompanhada de perto, e a expectativa é que o novo presidente dê continuidade ao trabalho de seu antecessor, mas com uma abordagem que equilibre a necessidade de autonomia institucional com as diretrizes econômicas do governo federal.

 

Com informações do SBT News

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