Mesmo com anúncio de redução, comerciantes apontam aumento do preço em Março
Na teoria, o preço do gás de cozinha estaria mais barato desde o último sábado (1), quando entrou em vigor a redução do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), tributo arrecadado pelos estados, sobre o gás. Segundo o anúncio do Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), cada quilo de gás liquefeito de petróleo (GLP) pagará R$ 0,02 a menos de ICMS. O órgão decidiu reduzir de R$ 1,41 para R$ 1,39 por quilo o ICMS do gás de cozinha. No entanto, essas reduções ainda não foram repassadas às revendedoras de Campo Grande.
Na terça-feira (4), a reportagem do jornal O Estado percorreu alguns pontos de vendas do gás e proprietários compartilharam que ainda não foram informados de nenhuma queda nos preços do produto, para que pudessem alterar o valor para o consumidor. Com um ponto na Avenida Fábio Zahran, a dona da Via Morena Gás, Fabiana Lopes explicou que por ano são feitos, aproximadamente, quatro reajustes para mais nos preços do produto. Atualmente, o produto é comercializado por R$ 120 (entrega) e R$ 105 (portaria).
“Anualmente, são feitos em torno de quatro aumentos no preço do gás de cozinha, o último reajuste foi da Petrobras de R$ 0,85 em janeiro, e está previsto um outro aumento a partir de março. Ano passado mesmo, nós revendedores, tivemos sete reajustes de preço. Mas, parte deles a população não fica sabendo, pois nós não repassamos esses aumentos aos clientes, justamente por medo de perder a fidelização que temos com esse consumidor”, explica a comerciante.
Em uma outra revendedora, na Avenida Pres. Tancredo Neves, no bairro Aero Rancho, a comerciante Wanessa Vitoria, também confirmou à reportagem que foi avisada de uma possível alta nos preços do gás de cozinha no mês que vem. Em sua loja, o gás de cozinha para entrega custa R$ 115 e o cliente que for buscar o produto paga R$ 105. “Me avisaram que provavelmente em março o preço do gás deve subir em torno de R$ 8 à R$ 10. Mas queda nos preços ainda nada foi repassado”, ressaltou.
Pesou no bolso
Embora tenha reduzido o ICMS para o gás de cozinha, o Confaz elevou o tributo para a gasolina, o etanol, o diesel e o biodiesel. Pelo modelo em vigor desde o ano passado, o conselho decide em outubro de cada ano, as alterações no ICMS que entram em vigor em fevereiro do ano seguinte.
Desde 2022, as alíquotas do ICMS sobre os combustíveis são estabelecidas em valores fixos por litro, ou por quilo, no caso do gás de cozinha. Antes disso, as alíquotas estaduais obedeciam a um percentual do preço final definido por cada Unidade da Federação. Também neste sábado entra em vigor a redução de 1% no preço do gás natural às distribuidoras, anunciada pela Petrobras na quinta-feira.
Atualizado a cada três meses pela Petrobras, os preços do gás natural, usado por grandes consumidores, como indústria, obedecem às oscilações do barril do petróleo tipo Brent e do dólar. Para o trimestre que inicia em fevereiro, o dólar subiu 5,3%, mas a referência do petróleo (Brent) caiu 6%, justificando a redução de 1%.
Desde dezembro de 2022, segundo a Petrobras, o preço médio do gás natural vendido às distribuidoras acumula redução de 23%. A conta inclui tanto a recente redução de 1% como os prêmios por performance e de incentivo à demanda, aprovados em maio e em outubro de 2024, respectivamente.
Por Suzi Jarde
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