Presidente do BNDES propõe taxar apostas esportivas como alternativa ao aumento do IOF

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Aloizio Mercadante defende medidas para equilibrar o orçamento e sugere que setor de apostas, que “corrói finanças populares”, seja mais tributado

Durante um evento sobre a indústria brasileira nesta segunda-feira (26), o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, propôs o aumento da tributação sobre apostas esportivas como alternativa ao recente reajuste do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A sugestão veio como resposta às críticas de empresários à elevação das alíquotas, anunciada na última semana pelo Governo Federal.

Em seu discurso, Mercadante ressaltou a necessidade de apresentar propostas viáveis para garantir o equilíbrio fiscal, e apontou o setor das chamadas “bets” como um alvo possível de maior arrecadação.

“O ministro [da Fazenda, Fernando] Haddad tem que entregar o orçamento fiscal. É a responsabilidade dele. Então, tem que dizer qual é a alternativa. Eu já faço uma sugestão pública aqui: vamos aumentar os impostos das bets, que estão corroendo as finanças populares. A gente poderia, com isso, diminuir, por exemplo, o impacto do IOF e criar alternativa”, afirmou.

Ao falar com a imprensa após o evento, o presidente do BNDES defendeu a recente alta do IOF como uma medida necessária para estabilizar o câmbio e abrir caminho para uma queda segura da taxa básica de juros, a Selic. Segundo ele, a combinação dessas ações é essencial para criar condições sustentáveis de crescimento econômico.

Entre as mudanças anunciadas pelo governo na última quinta-feira está o aumento do IOF sobre operações de crédito para empresas, que subiu de 1,88% para 3,95% ao ano. Algumas medidas, no entanto, foram revistas após repercussão negativa, como o aumento da alíquota sobre a compra de moeda em espécie e remessas para contas de brasileiros no exterior.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também participou do evento, afirmou que o governo decidirá até o fim da semana como compensar os recuos em parte das alíquotas do IOF. “Temos até o final da semana para decidir como vamos compensar, se é com mais contingenciamento ou com alguma substituição”, disse.

Haddad também rebateu críticas sobre o impacto da medida no custo do crédito, lembrando que a alta da Selic tem efeito semelhante e é compreendida pelo setor produtivo. Ele comparou o cenário atual ao do governo anterior, quando, segundo ele, as alíquotas eram ainda mais elevadas.

“Queremos resolver isso o quanto antes, o fiscal e o monetário para voltar a patamares adequados tanto de tributação quanto de taxa de juros para o país continuar crescendo”, concluiu o ministro.

 

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