Pesquisa aponta que 78,5% das famílias no Brasil estão endividadas

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Segundo dados divulgados nesta terça-feira (11/07) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o percentual de famílias brasileiras com dívidas a vencer aumentou 0,2 ponto percentual em junho, atingindo o maior volume da série histórica, iniciada em janeiro de 2010. Cerca de 78,5% das famílias do país relataram possuir dívidas, enquanto 18,5% se consideraram muito endividadas.

Esse aumento interrompe uma sequência de quatro meses de estabilidade do indicador. Segundo José Roberto Tadros, presidente da CNC, a economia brasileira enfrenta um cenário de crescente endividamento e pagamentos atrasados, afetando a capacidade de consumo das famílias. Ele destaca a necessidade de buscar equilíbrio entre a estabilidade de preços e o crescimento econômico para impulsionar a retomada do desenvolvimento do país.

Apesar do aumento do endividamento, a parcela média da renda comprometida com dívidas registrou o menor percentual desde setembro de 2020, alcançando 29,6%. Isso pode ser explicado pelo comportamento da renda de parte dos consumidores, conforme observa a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa. A melhora da renda dos consumidores que recebem até 10 salários mínimos, impulsionada pela dinâmica favorável da inflação em desaceleração desde o fim do ano passado, contribuiu para esse resultado.

No entanto, o aumento do endividamento refletiu-se também na inadimplência. O volume de famílias com dívidas atrasadas subiu 0,1 ponto percentual em junho, totalizando 29,2%. Dentre os consumidores com dívidas em atraso, 4 em cada 10 não possuíam condições de pagar os compromissos de meses anteriores, a maior proporção desde agosto de 2021.

Izis Ferreira ressalta que a evolução positiva do mercado de trabalho e o alívio da inflação não foram suficientes para reduzir a inadimplência entre os consumidores com dívidas atrasadas há mais tempo. Ela destaca que a proporção de consumidores com dívidas atrasadas e atrasos superiores a 90 dias vem aumentando, evidenciando um desafio persistente.

A pesquisa também revela que as regiões Sul e Sudeste registraram o maior número de famílias endividadas, sendo que Minas Gerais apresentou a maior proporção, com 94,9% do total. Em relação às faixas de renda, houve aumento do endividamento em todas elas no primeiro semestre, indicando uma tendência de alta para a segunda metade do ano. O maior crescimento proporcional de endividados ocorreu entre os consumidores com renda mensal de 5 a 10 salários.

A pesquisa da CNC destaca a necessidade de políticas que abordem o endividamento e a inadimplência crescente, visando a recuperação econômica e o bem-estar financeiro das famílias brasileiras. Medidas como a redução de juros podem ser consideradas para aliviar a situação dos endividados e estimular a retomada do consumo.

Acompanhar o comportamento do endividamento e da inadimplência é fundamental para compreender a dinâmica econômica do país e buscar soluções que promovam um ambiente financeiro mais estável e favorável para as famílias brasileiras.

Com Informações da Agência Brasil

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