Percepção de inflação aumenta 22 pontos percentuais, com 95% da população sentindo a alta generalizada dos preços

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Foto: Reprodução/GA

Nos últimos seis meses, segundo dados da pesquisa Comportamento e economia no pós-pandemia, encomendada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) ao Instituto FSB Pesquisa, cerca de 95% da população sentiu o impacto da inflação, número 22 pontos percentuais acima do que foi registrado em novembro de 2021, onde 73% afirmava ter notado os aumentos de preço. Foram 2.015 pessoas entrevistadas entre 1° a 5 de abril, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O aumento nos preços, bens e serviços foi percebida em geral, sem grandes diferenças entre perfis etários, demográficos ou de escolaridade. Cerca de 76% dos brasileiros entrevistados afirmaram que foram prejudicados pela inflação, em relação a situação financeira, sendo os mais afetados pessoas sem escolaridade, com renda de até um salário-mínimo e moradores do Nordeste.

Na pesquisa, 66% acreditam que a inflação vai aumentar nos próximos seis meses, já na pesquisa anterior de novembro de 2021, o percentual era de 54%. Nessa questão, há diferença entre as regiões e renda, onde cerca de 71% de quem tem renda entre um e dois salários-mínimos acreditam que vai aumentar, percentual de 55% na população com renda acima de cinco salários-mínimos. Enquanto no Sudeste são 67% e no Sul 59%.

Redução de gastos

Cerca de 64% da população explica que reduziu os gastos nos últimos seis meses, um percentual alto quando considerado que 74% já haviam diminuído em novembro. Entre esse número, 49% fizeram cortes grandes ou muito grandes.

Os orçamentos familiares foram ocupados com gastos crescentes e inevitáveis, como conta de luz, cesta básica, remédios e gás de cozinha. Nos cortes, 34% deixaram de comprar materiais de construção, 29% cancelaram a TV por assinatura, 24% deixaram de comer fora de casa, 23% deixaram de comprar eletrodomésticos, 15% pararam de usar combustível, 15% deixaram de comprar roupas/calçados, 14% não usam mais transporte público e 12% cortaram a conta de celular. O consumo de carne vermelha também foi cortado em 31%, e 19% reduziram frutas/verduras na alimentação.

Situação atual

Comparada com crises econômicas anteriores, a situação econômica atual é considerada tão grave ou mias grave por 81% dos entrevistados. A pior percepção é dos maiores de 60 anos, que conviveram com diversas inflações e planos econômicos.

Em relação aos gastos que aumentaram, 59% foi com a conta de luz, 56% com o gás de cozinha, 51% água e luz, 50% combustível, 49% com as frutas/verduras e 48% com a carne vermelha.

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