Pela primeira vez, MS sedia 17ª edição do Seminário Nacional de Milho Safrinha

Foto: Nilson Figueiredo
Foto: Nilson Figueiredo

Evento reúne pesquisadores e produtores com foco em safra mais sustentável

Entre os dias 28 e 30 novembro, acontece, no Bosque Expo, localizado no Shopping Bosque do Ipês, o 17º Seminário Nacional do Milho Safrinha. O evento, que é realizado de dois em dois anos e, pela primeira vez, é sediado em Mato Grosso do Sul, reúne pesquisadores, especialistas e produtores, a fim debater os avanços no plantio do milho de segunda safra e as diferentes maneiras de cultivar, a partir de uma visão cada vez mais futurista e que tem como ponto principal produzir de maneira sustentável. 

No Brasil, a 1ª safra é o principal período na produção de grãos. No entanto, entre janeiro e abril, é comum que ocorra a chamada “safrinha”, que inclui o cultivo do milho e pode variar de acordo com as condições climáticas, locais e a disponibilidade de água para irrigação. Neste ano, o tema do evento contou com a temática “Preservar e produzir” e dentro da proposta, o seminário busca conectar profissionais e produtores em debates sobre gestão de custos, manejo da fertilidade do solo em diferentes ambientes, adoção de biológicos, sistemas integrados de produção, métodos de controle de patógenos e doenças, unindo a teoria com a prática.

Solo: Fator chave na produção

Dentre os trabalhos e pesquisas apresentados no evento, está a do pesquisador de manejo e fertilidade do solo da Fundação MS, Douglas Gitti, 38. Com um estudo que busca atingir o equilíbrio para um plantio cada vez mais benéfico e produtivo do milho, Gitti aplica seus esforços para o controle de acidez no solo, sobretudo, tentando contrapor as limitações impostas pelos solos tidos como arenosos e profundos. “O milho é muito sensível à acidez. É importante a gente trabalhar com uma eficiência correta do calcário regional, a fim de melhorar e corrigir a acidez”, argumenta.

 

Foto: Nilson Figueiredo

 

Um grande diferencial da pesquisa de Gitti são os resultados positivos, já obtidos. Conforme destaca, em pelo menos seis anos que a Fundação executa estudos em solos arenosos, já foi possível dobrar a produção do milho safrinha. Os trabalhos na atualidade são feitos a partir de quatro unidades, localizadas em Anaurilândia, Ivinhema, Naviraí e Ponta Porã, ou seja, entre a costa leste e a região sul do Estado. “Nós conseguimos dobrar o teto de produção do milho quando implementamos esses três pontos que eu abordei: melhoria de perfil de solo, posicionamento de genótipo adequado e nutrição de maneira equilibrada”, pontua o pesquisador, que acredita que o Estado está preparado para uma união sustentável entre ciência e produtor. 

O presidente da Fundação MS, Daniel Franco Pereira, explica que desde 2019 a Fundação se candidatou para sediar o evento e, que desde lá, tem passado por um crivo de seleção apurado para receber a honra de organizar um evento como este. Na atualidade, MS é um dos líderes no ranking de produção, sendo colocado na 3º posição dentre os Estados nacionais e, conforme argumenta o presidente, o milho é essencial para a economia de MS.

“É importante para a nossa economia do Estado e para o Brasil. O milho de MS foi um dos quesitos colocados em pauta e ficamos gratos pelo reconhecimento da associação para fazer o evento. O milho se encaixa no sistema de produção em larga escala para o nosso sistema de soja no verão, é uma cultura que traz certa segurança de produtividade”, argumenta o presidente da Fundação MS. Conforme explica Pereira, a cultura do milho é benéfica em vários pontos. No entanto, um deles se evidencia, pois há facilidade de reaproveitar a logística da soja para o milho, pois os caminhos de produção são semelhantes. “Usando as tecnologias, [a soja] sofre menos com as intempéries climáticas e, para a segunda safra, o milho se encaixa bem para o nosso sistema. O parque de máquinas é bem semelhante, as unidades de recebimento e comércio são os mesmos, as cooperativas, cerealistas e trader que fazem processamento, também. Nós temos duas esmagadoras de milho no Estado para fazer etanol e estamos indo para a terceira. Toda a logística é bem favorável para o milho nesta 2ª safra. Para o produtor, o milho se encaixa muito bem, traz, dentro do planejamento, o uso de boas técnicas, traz margem de contribuição e lucro para o produtor”. finaliza. 

Por – Julisandy Ferreira

 

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