Parceria entre MS e PR ganha impulso com entrega de estudo de viabilidade da ‘Rodovia do Agronegócio’ em agosto

Posse do governador
Eduardo Riedel como
presidente do Codesul (Foto: Fotos: Nilson Figueiredo)
Posse do governador Eduardo Riedel como presidente do Codesul (Foto: Fotos: Nilson Figueiredo)

Projeto de integração logística será impulsionado com apoio dos governadores e do estudo financiado pela Itaipu Binacional

Em agosto, será entregue aos governadores de Mato Grosso do Sul (MS) e Paraná (PR) o EVTEA (Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental) que promete fortalecer a integração entre os dois estados e beneficiar o Brasil. Em entrevista concedida ao Jornal O Estado, Demerval Silvestre, presidente da SOCIPAR (Sociedade Civil do Paraná), destacou a importância desse marco.
“A parceria entre Mato Grosso do Sul e Paraná é uma oportunidade ímpar”, afirmou Silvestre. “O projeto da ponte de integração vai beneficiar não só os dois estados, mas o Brasil todo, devido à questão logística. O setor produtivo de Mato Grosso do Sul, por exemplo, vai encurtar em torno de 130 km a distância para exportação.”

Com a presidência do governador Eduardo Riedel no Codesul, o projeto ganha ainda mais força. “O governador Riedel vai impulsionar o projeto, especialmente agora que estamos na fase do EVTEA. Esse estudo deve ser divulgado agora em agosto e viabiliza toda a ação proposta”, explicou Silvestre.

A infraestrutura prevista inclui a duplicação do trecho entre Paraná e Mato Grosso do Sul. “Os governadores Ratinho Júnior, do Paraná, e Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, estão comprometidos com essa proposta, com o apoio da Itaipu, que bancou o EVTEA”, acrescentou o presidente da SOCIPAR.

Silvestre ressaltou o apoio recebido para o projeto: “A solicitação à Itaipu foi feita em Curitiba, no início do ano passado, com a assinatura de um acordo entre o governador Riedel e o então governador Reinaldo Azambuja. Agora, estamos pleiteando os recursos para a construção da ponte.”

A SOCIPAR, maior organização civil do Brasil com 230 entidades e lideranças, está envolvida no projeto há mais de uma década. “Estamos trabalhando nesse projeto há dez anos, desde a época do Reinaldo Azambuja e no segundo mandato do Ratinho Júnior. O apoio é amplo, incluindo a ProSoja, a Federação da Indústria e a FamaSul”, detalhou Silvestre.

Reuniões foram realizadas em diversas cidades para mobilizar as lideranças locais e políticas. “Realizamos reuniões em cidades com prefeitos, ex-prefeitos e lideranças políticas como o deputado Roberto Rocha. Nosso trabalho é sensibilizar todas as lideranças do agronegócio e políticas para transformar essa realidade”, afirmou.

Silvestre concluiu com otimismo sobre os próximos passos: “Acreditamos que estamos próximos de uma grande conquista para Mato Grosso do Sul e Paraná. Com certeza, vamos comemorar essa grande vitória em breve.”
Estados integrados
O diretor da FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) e vice-presidente da SOCIPAR (Sociedade Civil do Paraná), Ivo Perin, destacou a importância dessa cooperação. “São dois estados que têm sua economia baseada na produção agrícola e precisam estar integrados. Essa rodovia é crucial para essa integração. Já existe uma integração de negócios entre produtores que produzem aqui e cooperativas do Paraná que se instalam na região, assim como cooperativas do Mato Grosso do Sul que também se desenvolvem por aqui”.

Perin destacou que essa integração é vital não apenas para os dois estados, mas também para o Brasil. “Essa integração atende aos interesses do Brasil como um todo, considerando que parte da produção do Mato Grosso também escoa com destino a Paranaguá por esse caminho”, explicou. “Com essa rodovia, teremos uma melhor integração econômica e uma redução no impacto relacionado ao consumo de combustíveis. Isso propiciará um desenvolvimento mais significativo para essas duas regiões e para o país como um todo”, afirmou.

Ciliomar Tortola, diretor da GTFoods, uma das beneficiadas pela infraestrutura, destaca que a ponte poderá encurtar o trajeto para o transporte de matérias-primas como milho em até 150 quilômetros por viagem. “A economia não é apenas em quilometragem, mas também em tempo e combustível, o que se traduz diretamente em redução dos custos operacionais e aumento da nossa capacidade de competir tanto no mercado interno quanto externo,” explica Tortola.

Para a GTFoods, a ponte não é apenas uma rota alternativa, mas um catalisador para o desenvolvimento regional, promovendo não só o crescimento econômico nas cidades próximas como Porto Rico e São José, mas também possibilitando a expansão das atividades da empresa.

Luiz Lourenço, presidente da Cocamar Cooperativa Agroindustrial, também vê a ponte como um divisor de águas para o setor. “Os produtores serão diretamente beneficiados com a redução do frete, o que permite uma entrega mais rápida e menos custosa de produtos para industrialização,” detalha Lourenço. Além disso, ele ressalta a importância da nova infraestrutura em resolver congestionamentos frequentes e permitir o trânsito de caminhões mais pesados, otimizando ainda mais a cadeia de suprimentos regional.

Com a previsão de crescimento de novas instalações e o fortalecimento do espírito cooperativo, a expectativa é que o impacto da ponte se estenda para além das fronteiras estaduais, beneficiando uma cadeia mais ampla de produção e distribuição agrícola no Brasil, com suporte técnico e condições comerciais favoráveis que contrastam com as praticadas por grandes multinacionais. “É importante para o produtor da região, porque uma empresa multinacional não oferece as condições que nós oferecemos”, comentou.

Ao discutir o impacto geral da nova ponte sobre a competitividade da cooperativa, Lourenço esclareceu que qualquer vantagem de custo obtida será repassada diretamente aos produtores. “Se o frete é mais barato, o preço, que é bem mais baixo hoje, tem uma diferença, diminui”, concluiu o presidente.

 

Por Djeneffer Cordoba

 

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