Mesmo com prejuízo nacional, fábrica de Ribas da Suzano impulsiona número de vendas

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

No ano passado, a Suzano demonstrou um desempenho financeiro robusto, refletido em seus recordes de vendas e crescimento significativo, apesar de enfrentar desafios relacionados à variação cambial e a custos elevados. A maior produtora mundial de celulose e referência global em bioprodutos derivados do eucalipto registrou um aumento de 7% nas vendas, com a comercialização de 12,3 milhões de toneladas de celulose e papéis, impulsionadas pela entrada em operação da nova unidade de celulose em Ribas do Rio Pardo e pela aquisição de fábricas de papelcartão nos Estados Unidos. Esses fatores contribuíram para um crescimento de 19% na receita líquida, que alcançou R$ 47,4 bilhões em 2024.

Embora a Suzano tenha registrado um prejuízo de R$ 6,7 bilhões devido ao impacto contábil da variação cambial e das operações de hedge, a empresa superou as expectativas do mercado com uma receita líquida de R$ 14,2 bilhões. O Ebitda ajustado cresceu 31%, para R$ 23,8 bilhões, e a geração de caixa operacional aumentou 40%, atingindo R$ 16,2 bilhões. Na última linha do balanço, o resultado negativo de R$ 6,7 bilhões foi ocasionado pelo impacto apenas contábil da variação cambial na dívida e nas operações de hedge em moeda estrangeira, com eventual efeito caixa somente nos vencimentos futuros dos mesmos.

Ao todo a Suzano realizou um investimento de R$ 17,1 bilhões, dos quais R$ 4,5 bilhões foram alocados para sua nova fábrica de celulose. Essa unidade, que representa a maior linha única de produção de celulose do planeta, iniciou suas operações em 21 de julho e conseguiu estabilizar sua produção em menos de seis meses, batendo um recorde na indústria e antecipando o prazo previsto. Além disso, a nova fábrica já trouxe uma redução nos custos de produção em caixa da Suzano, que se situou em R$ 828 por tonelada ao longo do ano, uma diminuição de 6% em relação a 2023.

O presidente da Suzano, Beto Abreu, afirmou em nota da assessoria de imprensa que, apesar dos desafios enfrentados em 2024, a empresa concluiu com êxito a construção do Projeto Cerrado e avançou significativamente em sua estratégia de expansão, com a aquisição de ativos nos Estados Unidos e a participação na austríaca Lenzing, do setor têxtil. “Concluímos com êxito a construção do Projeto Cerrado e demos importantes passos em nossa estratégia com a aquisição de ativos nos Estados Unidos e de participação na austríaca Lenzing, do setor de têxteis. A despeito desses investimentos, chegamos ao final de 2024 com um nível de alavancagem financeira inferior àquele registrado um ano antes, o que reflete a disciplina na alocação de capital, a competitividade operacional e a robustez financeira da companhia”.

Em dólares, a proporção entre dívida líquida e EBITDA ajustado diminuiu de 3,1 vezes em dezembro de 2023 para 2,9 vezes ao final de 2024, refletindo o compromisso da empresa em desenvolver o maior projeto de sua trajetória, enquanto mantém a alavancagem dentro dos limites estabelecidos em sua política. Durante esse período, além de continuar com um robusto plano de investimentos, a Suzano alocou R$ 2,8 bilhões para programas de recompra de ações e R$ 1,5 bilhão para a distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) aos seus acionistas.

No ano em que celebrou seu Centenário, a Suzano atingiu a marca de 56 mil colaboradores, tanto diretos quanto indiretos, e lançou um audacioso projeto que visa investir até US$ 100 milhões ao longo de dez anos em programas de pesquisa, geração de conhecimento e educação voltada para a sustentabilidade. Essa iniciativa conta com a parceria de instituições de prestígio internacional, como a Universidade de Cambridge. O principal objetivo é fortalecer os esforços globais na proteção e restauração da natureza, por meio da capacitação de especialistas e líderes em sustentabilidade, além de promover a educação e pesquisa nas áreas de conservação, mudanças climáticas e gestão de recursos hídricos.

Por João Buchara

 

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