Para o fim do período de defeso, expectativa de aumento fica entre 40% e 50%, apontam lojistas
O mês de fevereiro iniciou com a modalidade de pesca amadora, conhecida como “pesque e solte” liberada nas calhas dos rios Paraná e Paraguai, em Mato Grosso do Sul. Com a novidade, a reportagem do jornal O Estado foi às ruas da Capital para entender como comerciantes avaliam a liberação e as mudanças na movimentação, que segundo afirmam, não teve grandes alterações até o momento. Com fim programado para o dia 28 de fevereiro, o período de defeso, na opinião dos lojistas, é o que deve movimentar o segmento da pesca ainda em fevereiro.
No estabelecimento Isca Viva, Ponto do Pescador, que existe há 40 anos e há pelo menos 16 segue sob propriedade do comerciante Eduardo Pereira do Santos, 56, o pesque e solte não surtiu resultado considerável, já que ele afirma que o que traz o incremento no caixa, é, na verdade, o fim do período de defeso.
“O pesque e solte para nós não muda muita coisa, ele não dá 10% de expectativa de vendas, é muito pouco mesmo, porque só abre nos rios federais e não abre nos rios estaduais. Se abrisse nos estaduais, eu acho que daria uns 40% de aumento nas vendas. Como são só os rios federais, como o Paraguai e o Paraná, as duas bacias não alcançam 10%, então se tiver, é uns 2% de venda”, argumentou o comerciante.
Em comparativo com o ano passado, Santos explica que a esperança é de um cenário melhor. Pois, como observado por ele e por outros colegas do setor, em 2023 a venda nos itens de pesca caiu muito, sendo em média 40% menor do que o esperado. “Não sei se por causa da economia ou se por causa das novas regras, das novas leis – porque todo ano muda no segmento da pesca, mas a gente espera que recupere os 40% que perdeu no ano passado, então os 10% ou 20% que já recuperar para a gente é ótimo”, argumenta.
No Isca Viva, os itens que mais saem, são as varas de pesca e o kit molinete e vara. As iscas mais procuradas são os Lambaris, comercializados a R$ 15 a dúzia, a Curimba, vendida entre R$ 50 e 100 a dúzia – a variar de acordo com o tamanho dos animais, o Ximboré, vendida a R$ 120 e a Tuvira por R$ 60 a dúzia. Já os kits são comercializados ao preço médio de R$ 100 o mais barato e R$ 180 o mais caro, enquanto a carretilha pode ser encontrada a partir de R$ 150.
A proprietária da Chegada do Pescador, Eliene Vilela Rodrigues, 49, explica que o Pesque e Solte não muda muito a movimentação na loja. Como argumenta, por terem sido liberados apenas os rios federais, os pescadores dão prioridade para o período de fim do defeso. “Para mim não muda nada, não aumenta venda nenhuma, aí quando abre [os rios de Mato Grosso do Sul], aumenta bastante mesmo, uns 50%. O que mais vende são as iscas vivas, Tuvira, Jejum, Camboja e Mussum. Eu compro quase toda semana, mas agora saem poucos também, porque levam pouca isca para o pesque e pague, na verdade. Abriu pesque e solte em rios longe, quem mora aqui prefere ir quando estiver aberta mesmo a pescaria, aí sim aumenta o volume de vendas”, esclareceu a comerciante.
Contraponto
O proprietário da Náuticos Pesca, Renan Benitez, 33, argumentou que na loja, as movimentações de forma tímida, tiveram um aumento. Desde o dia 1º, conforme o lojista, a Náuticos já tem se preparado para a temporada, que abrirá no dia 29 de fevereiro. “Estamos nos preparando e a ideia é aumentar no mínimo 50% do movimento e a partir de março, que é quando volta ao normal, ‘normal’ que a gente fala, é vender o que se costuma vender 100%, de acordo com a nossa base. Por exemplo, hoje, vamos dizer que vendemos de 30% a 40% do normal, com o pesque e solte, dá uma melhorada e a partir de março volta o nosso movimento do ano”, exemplifica.
Na loja, segundo Benitez, os itens que mais vendem são: anzol, vara, molinete e carretilha. Quanto a movimentação, mesmo que tímida após a liberação do pesque e solte, deixa o cenário um pouco mais otimista para o setor. “A gente fica mais animado em ver que o movimento aumenta. Essa semana já entrou bastante gente na loja, então a gente tá esperando que vai voltar ao normal mesmo.
Por Julisandy Ferreira.
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