Lula anuncia reunião com Haddad para discutir alta do dólar

Foto: reprodução/Ricardo Stuckert
Foto: reprodução/Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que se reunirá com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a recente alta do dólar. Em entrevista à Rádio Sociedade, de Salvador, Lula mencionou a existência de um “jogo especulativo” contra o real, que estaria causando a valorização da moeda americana.

“É um absurdo. Obviamente, a subida do dólar me preocupa, mas é uma especulação. Há um jogo de interesse especulativo contra o real. Eu tenho conversado com as pessoas sobre o que a gente vai fazer. Estou voltando quarta-feira [para Brasília], vou ter uma reunião. Não é normal o que está acontecendo”, afirmou Lula.

O presidente também criticou a reação do mercado a suas declarações sobre o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, chamando-a de uma “invenção de crise” para “jogar a culpa” nele e atender a interesses internacionais. “O mundo não pode ser vítima de mentiras. A gente não pode inventar crises e não pode jogar a culpa. Na semana passada, dei uma entrevista. Depois, alguns especialistas disseram que o dólar tinha subido por conta da entrevista do Lula. Mas descobrimos que o dólar tinha subido 15 minutos antes da minha entrevista”, explicou.

Na tarde de terça-feira (2), o dólar continuou sua trajetória de alta e chegou a ser negociado a R$ 5,70, alimentando preocupações sobre o impacto econômico dessa valorização.

Apesar do anúncio de Lula sobre a reunião, Fernando Haddad esclareceu que o encontro com o presidente e Gabriel Galípolo será exclusivamente para tratar de questões fiscais. “A nossa agenda com o presidente amanhã é exclusivamente uma agenda fiscal […] não sei de onde saiu esse rumor, mas não. Aqui na Fazenda nós estamos trabalhando uma agenda eminentemente fiscal para apresentar para ele propostas para cumprimento do arcabouço 2024, 2025 e 2026”, afirmou Haddad.

Haddad também negou que o governo vá adotar medidas de controle para frear a alta do dólar através do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de câmbio, desmentindo rumores sobre possíveis intervenções nesse sentido.

 

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