Lotado e mais caro: preço de hospedagens duplica em MS

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Foto: Valentin Manieri/Jornal O Estado MS

Mesmo com valor nas “alturas”, reservas chegam a 100% em hotéis 

Quem optou por viajar no carnaval – período de alta temporada –, levou um susto com o valor da hospedagem. Neste ano, as festividades se iniciam no dia 17 de fevereiro e terminam no dia 21. Neste período, o preço chega a duplicar para o bolso. 

Em um site usado pelo hotel Arte da Natureza, em Bonito, para simular o valor de uma diária, o preço aumenta em R$ 871,97. No dia 6 de fevereiro, por exemplo, está por R$ 587,60 e no dia 20 do mesmo mês, chega a R$ 1.459,67. 

Outros destinos, como Rio Verde e Corumbá, tiveram alta média de R$ 130 e R$ 115, respectivamente. 

Compondo os gastos, as despesas incluem, além de refeições e lanches, a famosa “cervejinha”. De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a alimentação fora do domicílio contou com variação de 9,52% no acumulado de 2022. A refeição contou com alteração de 5,99% no período de 12 meses. A cerveja obteve variação de 6,48%. 

Ainda conforme o IBGE, a variação acumulada nos últimos 12 meses para passagens intermunicipais em Mato Grosso do Sul ficou em 2,88%. Ao passo que para passagens interestaduais, no mesmo período, a alteração foi de 17,39%.

Lotação

Além dos valores nas “alturas”, as reservas já estão em quase 100%, segundo a ABIH-MS (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Mato Grosso do Sul). Apesar de alguns municípios não realizarem o carnaval de rua, os sul-mato-grossenses estão animados com o feriado. 

Para o vice-presidente da indústria de hotéis, Marcelo Mesquita, que está acompanhando as regiões turísticas como Bonito, Bodoquena, Corumbá e os barcos hotéis, a expectativa é de que a movimentação seja histórica em Mato Grosso do Sul.

“A associação tem a expectativa de que o carnaval deste ano será bom, com a mesma expectativa que ocorreu no fim de ano e com as férias de verão do ano passado. As cidades citadas [Bonito, Bodoquena, Corumbá] terão a taxa de ocupação maior, ainda mais com a diária média que é chamado de ticket médio – que é cobrado por pessoa dentro de hotel ou em barco hotel”, explica. 

O responsável pelo setor de reserva, Jonathan Duarte de Amorim, do Santa Mônica Palace Hotel, em Corumbá, afirma que a ocupação do estabelecimento já está em 100%. “Estamos com todos os quartos ocupados e não temos dúvidas que o movimento será  melhor do que 2022”, destaca. 

A gerente do hotel Paraíso das Águas, que fica localizado em Bonito, Thais Ilha, conta que a ocupação também atingiu 100%. “Apesar de a Prefeitura Municipal de Bonito não realizar o evento neste ano, a expectativa é de que o carnaval seja melhor do que o ano passado e que os estabelecimentos consigam se restabelecer”, conclui Thais. 

No município de Bodoquena, a situação não é diferente, os hotéis Águas de Bodoquena e Cachoeiras Serra da Bodoquena também estão lotados.

Reaquecimento

A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) estima que o carnaval no Brasil deva movimentar R$ 8,18 bilhões. 

A projeção supera a folia do ano passado, contando com um aumento de 26,9%, porém o montante ainda é 3,3% menor que o registrado em 2020. O presidente da confederação, José Roberto Tadros, destaca que a situação econômica do Brasil é o principal obstáculo para o restabelecimento das receitas ao nível pré-pandemia.

“Os reajustes de preços de praticamente de todos os segmentos terão o aumento significativo da taxa de juros e um alto comprometimento de renda com as dívidas, fazendo com que os gastos com lazer sejam comedidos, mas ainda assim consideravelmente maiores do que em 2021”, afirma Tadros. 

O levantamento ainda mostra que os valores devem ser gerados principalmente por três segmentos, que são eles: bares e restaurantes com movimentação esperada de R$ 3,63 bilhões, transporte de passageiros (R$ 2,35 bilhões) e serviços de hotelaria e hospedagem (R$ 890 milhões). Os 15% correspondem a setores como lazer, aluguel de veículos e agências de viagem.

Por Marina Romualdo – Jornal O Estado do MS

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