Segundo o Sinpetro, foram 65 dias sem alteração nos preços
A partir deste sábado (21), o preço da gasolina será reduzido em R$ 0,12 nas distribuidoras e o diesel terá aumento de R$ 0,25. Consequentemente, o preço deve ter alteração nas bombas.
O presidente do Sinpetro (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência de Mato Grosso do Sul), Edson Lazarotto, destaca que foram 65 dias sem nenhuma alteração de preços por parte da Petrobras. No entanto, o ritmo de tensões internacionais força movimentações no segmento
“Quanto ao futuro não temos como precisar, porque estamos num momento extremamente oscilante em nosso segmento devido ao início dessa guerra, onde não sabemos como findará”, argumenta.
O economista Lucas Mikael explica que a diferença entre alta e queda entre os combustíveis parte de movimentos distintos no mercado de diesel e da gasolina.
“Para a gasolina, o fim do período sazonal de maior demanda global significa maior disponibilidade e desvalorização do produto frente ao petróleo. Por outro lado, para o diesel, observa-se uma demanda global sustentada, com expectativa de alta sazonal, resultando em valorização do produto frente ao petróleo”, argumenta Mikael.
Embora num primeiro momento, uma queda no valor da gasolina pareça positivo ao bolso do consumidor, o economista explica que não existe espaço para a redução no preço da gasolina. Já a alta no diesel conversa melhor com a tendência do atual cenário
“Eu acredito que isso vai trazer problemas mais adiante. Você remunerando a gasolina e óleo diesel na refinaria aquém do valor vigente no mercado internacional, a Petrobras vai ter um desconto nos preços das ações. Se a gente tiver uma piora nas condições políticas no Oriente Médio, para mim, não há dúvida de que gasolina e diesel teriam aumento de pelo menos 10%, 15% ou 20%. Se estender essa política de preço por muito tempo, vai comprometer a rentabilidade da companhia de 2024.”
Em nota, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu que a estratégia comercial adotada tem se mostrado bem-sucedida, sobretudo no sentido de tornar a Petrobras competitiva no mercado e ao mesmo tempo evitar o repasse de volatilidade para o consumidor. “Ao longo deste ano, mesmo com o valor do Brent mais alto que no ano passado, os preços dos nossos produtos acumulam quedas, muito diferente do que aconteceu ao longo de 2022”, afirmou Prates.
Preços
Na Capital, o jornal O Estado fez uma pesquisa em, pelo menos, sete postos antes da mudança de preços. No Royal FIC, localizado na avenida Costa e Silva, a gasolina comum custa R$ 5,39, enquanto o diesel S-10, R$ 6,39. No Posto Vitória, localizado na rua Conselheiro João Alfredo, a gasolina é vendida a R$ 5,44 e o diesel a R$ 5,99; No Posto Pororoca XI, a gasolina está R$ 5,39 e o diesel, R$ 5,89; no Posto Katia Locatelli, a gasolina está por R$ 5,37 e o diesel por R$ 6,14.
No Auto Posto Trokar Petrobras, o valor da gasolina é comercializado a R$ 5,39, enquanto o diesel, R$ 6,19; o Alloy Auto Posto I vende a gasolina a R$ 5,29 e o diesel a R$ 6,09.
Política de preços
O preço final dos combustíveis não é definido pela Petrobras, pois engloba fatores como tributos, mistura de biocombustíveis e margens de lucro da distribuição e da revenda.
Neste ano, os preços da Petrobras para as distribuidoras passaram a ter reduções acumuladas de R$ 0,27 para a gasolina e de R$ 0,44 para o diesel. No repasse da Petrobras às distribuidoras, a gasolina chega a R$ 2,81 por litro. No cálculo deste valor que chega ao consumidor, é repassado para a Petrobras R$ 2,05 por litro vendido na bomba.
Para o diesel, a Petrobras aumentará em R$ 0,25 por litro o seu preço médio de venda às distribuidoras, que passará a ser de R$ 4,05 por litro, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 3,56 a cada litro vendido na bomba
De acordo com o comunicado da Petrobras, a substituição à política de preços anterior, incorporou parâmetros que refletem as melhores condições de refino e logística da empresa na sua precificação. Em um primeiro momento, isso permitiu que reduzissem os preços de gasolina e diesel e, nas últimas semanas, mitigasse os efeitos da volatilidade e da alta abrupta dos preços externos, propiciando períodos de estabilidade de preços aos seus clientes.
Por – Julisandy Ferreira
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