Cartão rotativo dispara e famílias pagam mais caro pelo crédito em julho
Em julho, as taxas de juros bancárias seguiram em patamares elevados, mantendo pressão sobre o orçamento das famílias e o acesso das empresas ao crédito. O Banco Central (BC) informou que a média de todas as contratações chegou a 31,4% ao ano, praticamente estável em relação a junho, mas 3,6 pontos percentuais acima do mesmo período do ano passado.
O cenário acompanha a Selic, taxa básica da economia, atualmente em 15% ao ano. Para o BC, juros mais altos ajudam a conter a inflação ao encarecer o crédito e estimular a poupança. O Copom se reúne novamente em setembro, e a expectativa é que a Selic continue nesse patamar até o fim de 2025.
Entre as famílias, o impacto é mais visível no cartão de crédito rotativo, que atingiu 446,6% ao ano, mantendo-se como a modalidade mais cara do mercado. No crédito pessoal não consignado e no parcelamento de cartão, houve redução das taxas, mas não suficiente para aliviar o custo total do crédito.
O crédito às empresas também segue elevado, com taxa média de 25% ao ano no crédito livre. Já o crédito direcionado, voltado a habitação, agricultura e microcrédito, registrou leve alta para pessoas físicas (11,2% ao ano) e queda para empresas (13,6% ao ano).
Apesar da alta dos juros, as concessões de empréstimos continuaram crescendo para famílias, subindo 2,5% em julho, enquanto as empresas tiveram queda de 2%. No acumulado de 12 meses, o avanço foi de 15,9% para pessoas físicas e 9% para empresas, totalizando R$ 644,1 bilhões em novos créditos no mês.
O estoque total de crédito no país atingiu R$ 6,715 trilhões, com R$ 4,173 trilhões destinados às famílias e R$ 2,542 trilhões para empresas. O crédito ampliado — que inclui bancos, títulos e dívida externa — alcançou R$ 19,5 trilhões, impulsionado pela alta do dólar e pelo aumento nos títulos públicos e empréstimos externos.
*Com informações da Agência Brasil
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