A inflação do aluguel, conhecida como IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), registrou uma desaceleração entre o mês de junho e julho e fechou o mês com 0,61%.
Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Em junho, o Índice Geral de Preços havia registrado cerca de 0,81%. Essa desaceleração de um mês para o outro não significa uma queda nos preços, e sim que subiram menos dentro deste período de comparação.
A pesquisa de dados realizada pela Fundação Getúlio Vargas calcula o IGP-M por meio de três índices: o IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo), que estuda a evolução dos preços no atacado; o IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que mede o custo da cesta básica do consumo das famílias; e o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção), que se baseia nas obras.
O coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz destaca a importância da desaceleração dos três componentes para o mês de junho. “No índice ao produtor e ao consumidor, apesar da influência da desvalorização cambial e dos reajustes de preços administrados, como gasolina e energia, os índices subiram menos nesta edição. Destaca-se a queda expressiva nos preços dos alimentos in natura, tanto no índice ao produtor quanto ao consumidor. No âmbito do INCC, a alta da mão de obra foi menor, o que contribuiu para o arrefecimento da inflação neste segmento”.
Em julho, a variação do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) foi de 0,68%, tendo uma redução em comparação ao mês anterior que registrou uma alta de 0,89%.
O grupo de Bens Finais teve uma desaceleração de 0,02% em julho, uma queda considerável ao comparar com a alta de 1,08% em junho. O decréscimo foi causado pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa foi de 3,00% para -4,43% no mesmo intervalo. Por outro lado, o índice dos Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, apresentou uma variação de 0,94% para 0,25% em julho.
O Grupo Bens Intermediários teve um aumento de 0,91%, intensificando uma alta observada no mês anterior, que registrou 0,42%. O fator que influenciou esse aumento foi o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção, com uma taxa que passou de -1,30% para 0,44%. O índice de Bens Intermediários (ex) que exclui os subgrupos de combustíveis e lubrificantes subiu de 0,74% para 0,99%.
Índices.
O índice das Matérias-primas Brutas registrou um crescimento de 1,14% em julho, embora tenha sido um resultado inferior ao observado em junho, que foi de 1,25%. Essa elevação foi fortemente impulsionada por alguns itens importantes, como o minério de ferro, que teve uma virada na sua taxa, subindo de uma diminuição de 0,84% para uma alta de 0,78%.
A taxa dos bovinos também mudou, passando de -2,60% para 0,56%, e a laranja registrou um aumento significativo, saltando de -2,47% para 5,87%. Em contrapartida, certos itens apresentaram um desempenho negativo, como a soja, cuja taxa caiu de uma alta de 4,15% para 0,58%, o milho, que teve uma alteração de 1,88% para uma perda de 0,82%, e o arroz em casca, que teve sua taxa alterada, indo de 6,21% para -1,57%.
Neste mês, o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) registrou uma variação de 0,30%, com uma redução em comparação à taxa de 0,46%.
Das oito classes de despesas analisadas, cinco exibem uma desaceleração nas taxas de variação. O impacto mais marcante foi no grupo de alimentação, com as taxas de variação passando de 0,96% para 0,84%. O subitem hortaliças e legumes, passou de 5,36% na última medição para -8,78% na atual.
Os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,68% para 0,19%), Vestuário (de 0,42% para -0,16%), Comunicação (de 0,07% para 0,04%) e Habitação (de 0,38% para 0,36%) também registraram quedas em suas taxas de variação. Dentre essas categorias de despesas, os fatores mais impactantes foram: artigos de higiene e cuidado pessoal (de 1,84% para -0,11%), vestimentas (de 0,41% para -0,42%), pacotes de telefonia, internet e TV por assinatura (de 0,01% para -0,45%), além da tarifa de água e esgoto residencial (de 1,88% para 0,28%).
Contudo, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,23% para 2,00%), Transportes (0,28% para 0,64%) e Despesas Diversas (0,45% para 1,37%) exibiram aumentos em suas taxas de variações. Ainda nas classes das despesas, os itens passagem aérea, gasolina e serviços bancários tiveram aumentos nas variações.
Em julho, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) teve um aumento de 0,69%, um número inferior ao registrado em junho, que foi de 0,93%. Ao examinar os três grupos que compõem o INCC, notamos as seguintes alterações entre junho e julho: o grupo de Materiais e Equipamentos cresceu de 0,48% para 0,58%; o grupo de Serviços teve um incremento de 0,29% para 0,65%; enquanto o grupo de Mão de Obra apresentou uma desaceleração, mudando de 1,61% para 0,85%.
Por João Pedro Buchara
Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.