Setor industrial registra crescimento contínuo por quatro anos e alcança maior número de ocupados desde 2015, segundo dados do IBGE
A indústria brasileira registrou um saldo positivo de 910,9 mil empregos no período entre 2019 e 2023, alcançando o total de 8,5 milhões de pessoas ocupadas em 376,7 mil empresas. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Anual, divulgada nesta quarta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O aumento de 12% no número de vagas formais marca uma sequência de quatro anos consecutivos de crescimento no setor e representa o maior volume de empregados desde 2015. No entanto, o setor ainda está 3,1% abaixo do patamar registrado em 2014, o que equivale a uma redução de 272,8 mil trabalhadores no intervalo de dez anos.
A indústria de alimentos se destacou no levantamento como a principal responsável pela geração de novas vagas. Entre 2019 e 2023, foram criados 373,8 mil postos nesse segmento, que agora emprega 2 milhões de pessoas — cerca de 23,6% da força de trabalho industrial do país.
Das 29 atividades econômicas analisadas, apenas duas apresentaram queda no número de ocupados: a fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com 106,2 mil empregos a menos, e o setor de impressão e reprodução de gravações, que perdeu cerca de 3 mil vagas.
O estudo também aponta que, em média, as empresas industriais empregavam 23 trabalhadores. No entanto, algumas atividades concentravam número muito superior, como a fabricação de derivados do petróleo (com média de 436 empregados por empresa) e a extração de minerais metálicos (262).
No quesito remuneração, a média mensal foi de 3,1 salários mínimos em 2023 — mesma marca de 2019 e 2022, mas inferior à de 2014, quando chegou a 3,5 salários mínimos. Os valores divulgados não são corrigidos pela inflação, e as comparações seguem o valor vigente do salário mínimo em cada ano analisado.
Em termos de valor de transformação industrial — indicador que mede a contribuição da indústria para o Produto Interno Bruto (PIB) — o setor alcançou R$ 2,4 bilhões em 2023. A liderança ficou com a indústria de alimentos, que representou 16,8% desse montante, seguida pela extração de petróleo e gás natural (11,5%) e pela fabricação de produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (11,2%). A indústria de veículos, que há dez anos ocupava a terceira posição no ranking, caiu para a quinta colocação, com 5,7%.
O protagonismo da indústria alimentícia também se refletiu no cenário estadual: em 18 das 27 unidades da Federação, essa foi a principal atividade industrial em termos de contribuição para a economia local em 2023.
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